Som

Caía uma chuva fina
Em forma de confissão
E eu, solidão

Sons...
de chuva
gotas
sons..
s de som
letra que voa
S de saudade
sentidos
sinto...
sentimos?

Persona

Não esperava que esse dia chegasse... na verdade no fundo sabia que chegaria, sabia pela certeza das coisas inevitaveis que secretamente se desejam mesmo não querendo que aconteça...não esperava que chegasse o dia em que esse novo personagem chegou.
Já o conhecia bem, achava ela... achava. Entrou sem pedir licença,como fizeram os outros, e ela, acreditando já saber tudo sobre ele, lhe prometeu um conto, o mais belo de todos e ele sorrindo lhe disse que esperaria, e nesse sorriso ela soube que esse seria o mais difícil, e ela nesse sorriso duvidou... desejou que ele se fosse. Esqueceu que personagens entram sem pedir licença e ficam para sempre....ou até que lhes demos o papel principal, assim era ele....

Simples...

Das mulheres, mulheres de Holanda...da voz de Caetano... simplicidade de voz e violão..."jóia"

Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é prá te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...

(...)

Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...

E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murcha
Farta, morta de cansaço...

Ah! Que esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Como os olhos de um bandido
Ele está na minha vida porque quer
Eu estou pra o que der e vier
Ele chega ao anoitecer
Quando vem a madrugada ele some
Ele é quem quer
Ele é o homem
Eu sou apenas uma mulher

Sobre sonhar

Hoje peço meus mil eu-líricos que me deixem falar, hoje é a autora deste blog quem se manifesta...sim, eu de verdade...Por quê? Porque sim, porque há coisas que acontecem na vida que pedem que a gente tenha coragem, eu não tenho e fim, por isso criei o labirinto, por isso vivo em meu próprio filme, por isso sou amiga dos meus personagens...e assim gosto, assim está muito bom.
Mas hoje senti vontade de escrever assim, como eu, como quem conversa com amigos, assim sem querer fazer sentido, para dizer algo sobre sonhos...gosto de sonhar, na verdade adoro sonhar. Gosto tanto de sonhar que às vezes vivo no sonho, assim, sem me importar com o que é real, simplesmente me mudo para o sonho, não porque acho que seja melhor que a realidade, mas simplesmente porque gosto do ar de lá...só isso, e fim.
Eu tenho muitos sonhos, não vou fazer aqui uma lista, muitos são desinteressantes, simples, bobinhos, mas são meus...já sonhei muitas coisas estranhas, já tive muitos pesadelos, já morri, já chorei, já ri...e até voei. Não quero chegar a algum fim com este post...como disse só escrevo por escrever...como quem conversa com amigos...como sonhar acordada, não vou fazer um texto bonito sobre sonhos e sua beleza....outros já fizeram isso....e assim está muito bem....

O sonho é um H no meio do sono
( não lembro o autor, do projeto Pão e Poesia)

E também no cinema, ahhh filmes... já vi alguns, não muitos, meu preferido? quem não sabe... não importa, está frase é uma dessas que faz pensar...

-Sabes cual es mi sueño?Solo tengo un sueño, antes tenia muchos,pero uno se va poniendo viejo, va teniendo responsabilidades y va abandonando sus sueños y se queda solo con uno...Sabes cual es el mio?
- Cual es tu sueño?
- Irme a la mierda...
( Rafa, personagem de Carlos Darín em "O Filho da Noiva")

È mais ou menos isso...Esse sabia das coisas....A sonhar senhores!

Nego

Se alguém me perguntar eu nego
Nego que chorei, nego que sofri, nego que acabou
Não...não chorei, apenas meus olhos invejaram a imensidão do mar salgado na noite escura em que sozinha me vi de volta à escuridão e quando me dei conta meus olhos nadavam em água salgada...meus olhos eram mar...
Não...não sofri, apenas me enchi de vazio, em lugar da felicidade frívola e irresponsável, a saudade...premissa de quem sentiu, exclusividade de quem viveu, se aproximou de mim e velou meu sono...
Não... não acabou, não era o fim, não se pode terminar o que nunca começou, não há como separar o que nunca esteve junto...
Por isso se alguém me perguntar eu nego....mas admito que vivi, que senti, que sorri... e que me entreguei...admito que pulei, e caí...

Jazz

Things that now I feel and others felt before...They wrote about it, made songs about it, so now they can speak, and sing for me...

Respiração

E eis que sei,mais tarde, chegará o dia em que não serás mais meu fantasma e teus olhos de gelo se apagarão dos meus, e então, quando esse dia chegar, poderei abrir o baú, retirar o que de ti guardei e vestir contigo algum personagem nu.

Nun só fôlego...expiro, e no ar que sai dos meus pulmões tento colocar todas as palavras, esforços beijos abraços luz-verde caipirinha café proibido silencio fumaça luz abraços mãos risos corpos dança pensamento espera mensagem música praça português línguas projetos faculdade conversas ok toque olhar cidade casa sobrinho primo família vazio viagem só caminho amigos sentimento sentido história esquecer encontro apertado fim...sem começo...num só fôlego, para que o ar que sai dos meus pulmões leve junto as lembranças, para que a saudade me deixe finalmente respirar...mais uma vez expiro...num só fôlego

ahh se...

Quem roubou minha alma?
Minha calma?
Meus desejos?
Meus futuros?
Meu lugar?

Quem me abandonou não volta mais
Pra inundar minha casa
Com suas lágrimas
Misturadas
Com as gotas
De suor do nosso calor
(Paulinho Moska, Em Ruinas)

Devia ter aproveitado o momento, devia ter escrito meus melhores versos, devia ter cristalizado com minhas palavras mais belas o momento do primeiro beijo, devia ter esquecido os espectadores do mundo, os críticos os amigos os inimigos e seus comentários e registrado em palavras a alegria das coisas magicas que se sentem quando tudo no mundo parece desaparecer, quando as mãos de alguém tocam seus rosto e você consegue ver sua própria imagem nos olhos do outro e nesse curto instante não se sente idiota.
Sei que devia ter escrito meus melhores contos, escrito músicas, fotografado, desenhado, cantado, dançado.... Não o fiz...só sei que voei..saí do chão para me perder nos braços do desconhecido, para cair no abismo de uma incerteza que me parecia perfeita, saí do labirinto acreditando que finalmente poderia suportar a luz porque a mão de alguém me segurava. Lacrei a entrado do labirinto, esqueci o caminho até ele e até mesmo suas passagens secretas, me tornei uma criatura da luz e me esqueci da segurança das sombras do meu esconderijo-labirinto.
Ahhh se eu soubesse que a mão dele soltaria a minha, que os braços dele não me protegeriam mais do frio, que o corpo dele não bloquearia a luz para mim, criatura da sombra que sou...ahh, se eu soubesse, se eu soubesse... teria feito exatamente o mesmo, mas certamente teria escrito meus versos mais belos e cheios de esperança...e não os mais tristes, que escrevo esta noite...enquanto rastejo sob a luz ofuscante tentando me lembrar o caminho de volta para o labirinto que abandonei, com a única certeza de que dessa vez nunca mais quero sair...a luz não faz bem às criaturas das sombras.

Miragem

Me encantei pelo que vi, o cenário perfeito enganou meus olhos, a imagem espelhada no horizonte confundiu-me os sentido.
Talvez o que meus olhos enxergam não existe, talvez o que para mim resta sejam as migalhas..o mero reflexo de algo que não consigo saber o que é...apenas a miragem , a ilusão, a imagem mil vezes construída, remendada, que meus olhos insistem em jurar real...mesmo sabendo que não está la

Sweet sweet

Músicas que ficam na cabeça...meio que viciam, como os doces... está aqui me deu vontade de comer maçã do amor....hummm, quem sabe não da pra sonhar em ser a menininha vestida de princesa... enjoy it

Diving with Andy - Sugar Sugar from Simon Eléphant on Vimeo.

e por falar em açucar....
Dá até pra cantar junto....

Archies - Sugar Sugar from ddeubel on Vimeo.

Rotina

-È ridículo
- O quê?
- Isso...
- Isso o quê?
- Porque esta rindo de mim? ta vendo? isso é ridículo, você esta rindo de mim, eu disse que era ridículo, eu sou ridícula, vou embora...
- Não, calma, me explica, por que você é ridícula?
- Eu não sou ridícula, você me acha ridícula? vai embora, me deixa sozinha
- Não posso ir embora, você está no meu carro....
- Você não leva nada a serio
- Eu? agora a culpa é minha?
- Não...não sei mais, eu não devia ter te ligado
- Você está arrependida te se encontrar comigo?
- Talvez eu esteja...não sei...não, não me olha assim, não é isso
- Então....
- Então, eu acho que vou embora...
- Não, espera eu te levo...
- Está vendo? Você não está se esforçando nada....
- Você está sendo ridícula....


Hoje meu dia começou assim, sonhei que estava discutindo com um homem, não era ninguém que eu conheça...foi meio perturbador mas tudo bem. Diferente de outros dias não acordei atrasada, esse é o lado bom de ter maus sonhos...levantei, me vesti, não tomei café, fui para o trabalho.
O transito esta péssimo como sempre, o ônibus demorou como de costume e assim como todos os dias estava cheio das mesmas pessoas que transporta à mesma hora que eu...todos indiferentes uns aos outros apesar de se encontrar todos os dias à mesma hora alguns há já vários anos.
Cheguei ao trabalho, respondi e-mails, levei papeis para assinar, liguei para pessoas e contei os segundos para a hora do almoço...Hoje é quarta-feira então almocei com essa minha amiga de colégio...Conversamos muito quando nos encontramos, ela me contou que estava se sentindo um pouco mal pela gravidez ( está com três meses) eu meio sem saber porque disse que era normal, que passava rápido, e contei meu sonho..
....Ou seja,nem em sonhos eu sei lhe dar com as pessoas...
- Hein?
- Nada... estou pensando alto
- A ta...
e ela parece que não me ouviu...saímos do restaurante e antes de voltar para o trabalho eu dei um presente para o bebê... ela ficou feliz, eu me arrependi de ter gastado com alguém que mal me ouve... mas depois me senti péssima por pensar isso, ela está grávida, vai ver ficar surda e egocêntrica seja normal nessa fase...
Voltei para o trabalho, assinei papeis, respondi e-mails, telefonei para mil pessoas e contei os segundos para o horário de sair...
Hoje resolvi fazer diferente, não voltei para casa de ônibus,pensei dar uma volta, tomar um café, comprar um livro... desisti no meio do caminho, demorei mais para chegar em casa porque perdi o ônibus mas não fez diferença...não tinha ninguém para me esperar mesmo...Quando abri a porta e encarei a escuridão da sala vazia me arrependi de não ter ido dar aquela volta, pensei em não entrar mas aquela voz interior me disse que não ia adiantar muito...fosse qual fosse a hora de voltar a escuridão da sala vazia seria a única a me esperar...Entrei, joguei a bolsa de qualquer jeito, tranquei a porta, tirei os sapatos e os coloquei junto à porta como todos os dias.
Como todos os dias não ascendi a luz, coloquei um disco para tocar e fui tomar banho, vesti um pijama e fui fazer alguma coisa para comer, hoje não tive muita paciência para fazer nada muito complicado, na verdade nunca tenho, fiz um sandwich...e meu dia acabou ai...
Depois de comer virei o disco e comecei a escrever ainda pensando nesse sonho... desta vez não chorei, é uma evolução, agora estou rindo por isso, engraçado isso de escrever é como ligar o viva-voz do telefone... e falar sozinho sem parecer louco, talvez eu nem seja assim tão ridícula...

Na vitrola

Listen honey!!!!!

Sina

Eu quis ser a moça,
mas não achei o rapaz,
Quis ser peixe
mas mordi o anzol
Quis ser sereia
mas não sabia cantar
Quis ser pirata
mas não aprendi a rosnar
Quis ser andarilha
mas meus pés só queriam dançar
Quis ser bailarina
mas me deu vontade de voar
Quis ser pássaro
mas derreti minhas asas ao sol
Quis ser heroína
mas a escuridão me assustou
Quis ser monstro
e para o labirinto me mudei..
e desde então lá eu estou
e desde então de lá sou rainha
e desde então lá posso ser peixe,
sereia,pirata, andarilha, bailarina...
posso até ser a moça...à espera do seu rapaz...


Na vitrola:

Hipnose

Voa menino, voa
pra sua estrela natal
Voa menino, voa
por cima do temporal

Fechou os olhos,o ato simples e mecânico de cobrir a parte frontal dos globos oculares com as pálpebras foi para ele como um gesto de alivio...era algo parecido com tirar um par de sapatos apertados ou beber água quando se sente muita sede, era como se todo a felicidade do mundo o invadisse, como se não existisse prazer maior que esse gesto, como se todas os problemas do universo pudessem se resolver por esse simples movimento dos músculos das pálpebras, as cortinas black-out cobrindo as passagens de luz, protegendo seus olhos da incomoda claridade-penumbra artificial das luzes do bar.
Ele é apenas um cara, uma dessas pessoas que sociólogos e antropologos caracterizariam como "um homem ordinário",que trabalha em um bar às noites, estuda algo que não é importante precisar durante as manhãs e tem como única caracteristica aparentemente relevante o fato de sorrir com facilidade, em resumo, um típico "homem ordinário", que nesse momento se destaca da multidão que povoa o bar durante a noite de sábado por fechar os olhos no meio da pista de dança.
Minutos antes de fechar os olhos, nesse gesto de se esquecer de si e do mundo ao redor pela simples vontade de relaxar os olhos irritados pela luz fraca do bar, ele havia trabalhado mais do que de costume para um dia movimentado.
Havia começado perdendo o ônibus que o levava ao trabalho, para não se atrasar preferiu fazer o caminho a pé, aproximadamente 40 minutos de caminhada,conseguiu chegar a tempo. Depois veio a rotina diária de preparar a casa para receber os clientes, enquanto a banda fazia a passagem de som ele e os colegas se dividiam para varrer o chão, organizar as mesas, verificar se as bebidas estavam geladas...havia música, o trabalho não era tão ruim assim e ele fazia tudo meio alheio meio atento, talvez pensativo....
Os clientes chegam, primeiro os amigos da banda, no começo o trabalho é tranquilo, mas por isso mesmo mais difícil, a banda ainda não começou a tocar e todos parecem concentrados de mais nele e nos colegas, enquanto a banda não começa o show a noite é dos garçons, todos parecem preocupados de mais em pedir alguma coisa, a caminhada vai se tornando mais frequente, Ele trabalha como uma máquina a vapor, no começo é lento, depois o aumento do trabalho faz com que ele trabalhe com mais agilidade, mas sempre alheio, como se sua mente estivesse mirando um ponto especifico bem longe do bar e sua luz fraca enquanto seu corpo-máquina, trabalha cada vez mais rápido... e a banda começa a tocar.
Esse era um dia que ele costumava gostar, era raro, apenas uma quarta-feira por mês...a banda tocava blues, com suas notas ora arrastadas ora vigorosas e a voz hipnotizante da cantora..como um canto mágico de sereia e ele era o marinheiro à deriva, que no meio da noite,com os pés doendo de tanto andar, as mãos geladas da cerveja que tinha acabado de deixar na mesa de um cliente, e os olhos irritados pela luz fraca e a fumaça do lugar,teve os pensamentos atraídos pelo canto que o chamou até o meio da pista e o fez fechar os olhos...
E assim permaneceu por um tempo para Ele infinito, e todos os barulhos sumiram, e o cheiro de cigarro e álcool e as pessoas ao redor que o chamavam e o chefe que certamente o veria ai parado com uma multidão de clientes para atender....se perdeu nos pensamentos que o canto da sereia despertou em sua mente...que pensamentos seriam, quem sabe, nem ele bem sabia... porque as serias, todos sabem, atraem os homens para o fundo do mar e lá eles se afogam...e lá ele quase se afogou...quase. Abriu os olhos... antes que o chefe o visse, antes de se lembrar, antes de ver o que a serei quis lhe mostrar...ele abriu os olhos e seu corpo-máquina voltou ao trabalho...o fundo do mar podia esperar...mas nem sempre ele tem paciência, sereias gostam de fugir...


Para acompanhar...

28th of July

Desde este momento el Perú es Libre e Independiente por la voluntad general de los pueblos y por la justicia de su causa que Dios defíende. ¡Viva la patria! ¡Viva la Libertad! ¡Viva la Independencia!
General José de San Martín en la Plaza de Armas de Lima el 28 de julio de 1821

Un dia como hoy se transformó el lugar donde nací...de aldea de España a aldea del mundo, por lo menos nos engañamos creyéndonos independiente...un día, un día el pasado grandioso de pueblos extintos dejara de rondarnos y podremos hacernos país...crecer...mientras eso no sucede...aquí estamos, bien, viviendo...Feliz día Perú!

Vontadinha

À toa...
A ideia me coça a cabeça,
cocegas...
não rio,
pergunto que é ,
diz que é poema
acho graça, não sou poeta,
insiste que sim,
insiste que quer sair
e me coça a cabeça
faz cocegas
vontade de escrever
rio,
não sou poeta,
espero a vontade passar,
calma,
quando você crescer,
virar texto...
ai eu te deixo sair...
agora dorme,
faz cocegas

De las canciones que hablan por mi...esa es una de esas
El cine, la magia, la fantasia...de que no hay cosa en el mundo
mejor que ser personaje y yo escojo ese..."Yo quiero ser una chica Alamodovar"

Yo quiero ser una chica almodovar
como la Maura como Victoria Abril,
un poco lista, un poquitin boba,
ir con Madonna en una limousine,
yo quiero ser una chica almodovar
como Bibi, como Miguel Bose,[Y como Gael Garcia!]
pasar de todo y no pasar de moda,
bailar contigo el ultimo cuple.
y no parar de viajar del invierno al verano,
de Madrid a New York, del abrazo al olvido,
dejarte entre tinieblas escuchando un ruido
de tacones lejanos.
encontrar la salida de este gris laberinto
sin pasion ni pecado ni locura ni incesto,
tener en cada puerto un amante distinto,
no gritar ¿que he hecho yo para merecer esto?yo quiero ser una chica almodovar
como pepi, como luci, como boom,
venderle al garbo mis secretos de alcoba,
ponerme luto por un matador.
yo quiero ser una chica almodovar
que a su chico le suplique: “¡atame!”,
no dar el alma sino a quien me la roba,
desayunar en tiffany’s con el.
y no permitir que me coman el coco
esas chungas movidas de croatas y servios,
ir por la vida al borde de un ataque de nervios
con faldas y a lo loco.
encontrar la salida de este gris laberinto
sin pasion ni pecado ni locura ni incesto,
tener en cada puerto un amante distinto,
no gritar ¿que he hecho yo para merecer esto?
como patti diphusa escribir mis memorias,
apuntarme a cualquier clase de bombardeo,
no tener otra fe que la piel ni mas ley
que la ley del deseo.
encontrar la salida de este gris laberinto
sin pasion ni pecado ni locura ni incesto,
tener en cada puerto un amante distinto,
no gritar ¿que he hecho yo para merecer esto?

La nuit

Lost in cheap delirium
Searching the neon lights
I move carefully
Sink in the city aquarium
Sing in the key of night
As they're watching me
Home- Zero7

Era noite, talvez tarde, mas não madrugada, apenas o momento do dia em que a luz não está e tudo é elegante e escuro, sem as cores fortes e alegres do dia que fazem doer os olhos, sem os barulhos de gargalhadas e prantos que inundam as manhãs das cidades, sem toda essa irritante explosão de vida, indecentemente viva...que atordoa, que desconcerta... era noite e assim estava bom....
Ainda dentro de casa a moça se arruma, vestido, sapatos, maquiagens... mil apetrechos para se transformar em algo ou alguém que ela pensa ser.A moça que a cidade não vê, nem bonita nem feia, nem gorda nem magra ( ela se acha gorda, claro), nem baixa nem alta ( ela se acha baixa, claro),quer ser vista essa noite, sai, pensando que talvez à noite, quando a luz é fraca, as sombras duras e o álcool deixa as mentes mais generosos, ela, apenas uma moça comum, daquelas que gostam de música, abominam livros de auto-ajuda, perdem a paciência com facilidade e acreditam que o "homem é o homem do próprio homem",possa por algumas horas ser vista, não para ser admirada ou desejada, mas apenas para se fazer acreditar que realmente existe e se tirar de vez a ideia fixa de que na verdade não passa de um holograma ou a amiga imaginaria de alguma criança.
Horas de testes, o quarto revirado, as roupas mil vezes experimentadas, o rosto irreconhecível na mascara de maquiagem...a moça reconhece a caricatura que queria pintar de si mesma...mas não se vê... está pronta, agora pode sair. Mas não o faz... fica ai, encarando a estranha que se diz sua imagem no espelho....passa a mão nos olhos, e encara sua mão agora suja da tinta preta que antes estava em seu rosto, seguindo graciosamente a linha dos cílios...mentira?
Era noite e chovia lá fora e o grito da tempestade abafou o que saiu de sua garganta quando quebrou o espelho e as luzes se aparam cobrindo a cidade e o quarto de breu, de um negror mais negro que a tinta que tinha nas mãos, agora misturado ao vermelho do sangue que não parava de brotar dos nós de seus dedos.
Sem luz não havia sombras, sem luz não havia como ver as feridas nas mãos (apenas sentia), sem luz não havia como ver o espelho destroçado,sem luz não havia como ver ou sequer imaginar seu rosto manchado da maquiagem borrada, sem luz apenas estava ela...sozinha, apenas ela... e assim estava bom.

Sorriu, se houvesse luz teria rido às gargalhadas...mas não quis perturbar ou quebrar a escuridão com barulhos...andou na direção em que sabia estava sua bolsa e pegou a caixa de fósforos e um maço de cigarros (agradeceu por ser fumante)e se sentou ao lado dos cacos de espelho caídos no chão.
Ascendeu o primeiro cigarro e junto com a fumaça que tragou com gosto pareceu engolir também uma alegria jamais sentida, daquelas que fazem as pessoas acreditar que não é possível ficar triste nunca mais...voltou a sorrir.
Ascendeu um fósforo e com a luz fraca da chama se viu em um dos cacos de espelho, viu também as feridas nas mãos...sentiu dor...até que a luz se apagou e a dor parou. O fogo, era a única luz da noite. O fogo dos fósforos que ela ia acendendo um a um...até que a chama consumia todo o palito até o ponto em que ela instintivamente o soltava porque lhe queimava os dedos... e riscava o seguinte...
Estava em silencio, o silencio de quem quer que tudo se consuma, como os palitos de fósforo que o fogo queimava...era noite silenciosa e sem luz, ela estava só e assim estava bom...

Para ouvir....

Reflexos

-Olha que lindo,o reflexo da árvore no vidro
-Será que dá? para fazer uma foto...?
-Posso tentar...
-Tenta...

Imagem imaginaria, no vidro projetada, árvore toda feita de luz... verde, emoldurada pela igualmente inexistente luz vermelha... artificial, bela...

E a lente, artificial e bela não a prende.. porque a imagem, de luz, artificial e bela, voa livre... árvore verde em mundo vermelho de cristal...
e apenas a lente dos nossos olhos a capta e apenas nossa memoria a registra...

S

Sssshhiiii...silêncio,sopro, suspiro, sussurro,
sublime, submerso, submarino, submundo,
some, sobe, segue,
sangue, sinistro,
.....sem fôlego...sufoco