domingo, dezembro 14, 2008

Bauman

Se o amor é líquido
eu sou peixe...

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Por quê?

Não escrevo como oficio,
não escrevo por amor,
não escrevo por ódio,
não escrevo para exorcizar meus demônios,
não escrevo para esquecer do mundo,
não escrevo para que não me esqueçam,
não escrevo para que as pessoas gostem mais de mim...
escrevo para poder sobreviver,
escrevo para poder respirar,
escrevo para esquecer de mim,
escrevo para poder sonhar,
escrevo para existir...

Tensão superficial

gotas de chuva,
pequenos cristais húmidos,
água presa em si,
ilha liquida no ar

terça-feira, dezembro 09, 2008

Sabina...

Eso lo dice Sabina...a mi me parece que está muy bien... y pues nada, ai está

Lo Peor del amor

Lo peor del amor cuando termina
son las habitaciones ventiladas,
el puré de reproches con sardinas,
las golondrinas muertas en la almohada.

Lo malo del después son los despojos
que embalsaman al humo de los sueños,
los teléfonos que hablan con los ojos,
el sístole sin diástole sin dueño.

Lo más ingrato es encalar la casa,
remendar las virtudes veniales,
condenar a la hoquera los archivos.

Lo peor del amor es cuando pasa,
cuando al punto final de los finales
no le quedan dos puntos suspensivos…

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Sentidos

"Não havia ninguém para me ouvir. Eu podia rolar no chão, ficar nu, arrancar os cabelos, gemer, chorar, soluçar, perder a fala. Não havia ninguém para me ver. Ninguém para me ouvir. Não havia ninguém. Eu podia até morrer."
Do conto "Ninguém" de Luiz Vilela


A escuridão do quarto é quase total, cortada apenas pela luz da rua, que a janela aberta deixa entrar. No centro da cama, logo abaixo da janela, esta ela. Deitada de lado, as pernas encolhidas,os braços cruzados junto ao peito, a cabeça apoiada nos joelhos e as unhas cravadas nas palmas das mãos fechadas. Está nua e a luz amarela da rua a ilumina como um grande holofote. A cortina, que o vento às vezes levanta projeta sombras em seu corpo, fazendo-a parecer um bebe grande de mais, mergulhado em um mar de sombras.
Não sabe ha quanto tempo está em essa posição, ha muito perdeu a noção do tempo, se lembra apenas de ter visto como aos poucos seu quarto ia se pintando de negro, invadido pela escuridão, mas não quis se mexer.
O vento frio que entrava pela janela parecia um manto de finas agulhas perfurando sua pele,mas não quis se mexer.Braços e pernas pareciam gritar de dor na posição desconfortável, nas ela não quis se mexer. As palmas das mãos em carne viva pressionadas pelas unhas, mas ela não quer se mexer. Está imóvel. Seus olhos fechados encaram o avesso das pálpebras,a escuridão...constata o que já sabia, dentro de si só escuridão. O silencio do quarto a deixa atenta a sua própria existência, que tanto quer esquecer. A atormenta o bater de seu coração, tão vivo, o barulho do sangue correndo em suas veias...mas ela não ousa se mexer.
Em seu exercício de se esquecer de si, se percebe viva, o frio, a dor , o cheiro de chuva, o barulho de água batendo no vidro da janela, detalhes de quem vive a distraem de seu intento de se esquecer, se divorciar de si, não estar mais em sua companhia, fazer com que seu mundo acabasse, deixar de ser, apenas desaparecer na escuridão do quarto engolido pela noite, se fundir às sombras e não ser mais ela...mas não consegue...só adormece, talvez em sonhos...

domingo, novembro 30, 2008

Away...

Me isolo, fechada em mim,
Me escondo na imaginação.
Me mudo para o sonho.
Me perco no labirinto
para que minhas letras,
filhas do meu vazio,
sejam livres
e voem pelo mundo

quarta-feira, novembro 19, 2008

Vida selvagem

Existiu um tempo, na selva de palavras, em que a prosa reinava.
Um dia chegou a poesia, decidida a devora-la.
A prosa, bicho esperto, fugiu, decidida a voltar...

sexta-feira, novembro 14, 2008

De repente

E eis que de repente apareces, por acaso, e sem aviso entras em minha mente, me visitas em sonhos, plantas florestas em minha imaginação e me acompanhas em meu labirinto...

E eis que de repente te vejo e tu não me vês, construo barcos para contigo fugir, descubro ilhas para te oferecer e compro sonhos para te dar...mas teus olhos de gelo não me vem, teus ouvidos não ouvem meu canto e tuas mãos não querem me alcançar...

Eis que de repente sinto que meu coração se seca e meus olhos transbordam, a lua me ignora, meus barcos naufragam e minhas ilhas são tragadas pelo mar, restam apenas os sonhos... onde tu, com teus olhos de gelo não estas...

E eis que de repente desperto,recolho então os sonhos, o barco, as ilhas,teus olhos de gelo...toda lembrança de ti, e guardo no baú de minhas memorias mais preciosas, sem sombra de magoa ou pesar...

Eis que aceito a idéia de que não eras mais que um estado momentâneo, que não eras mais do que um artificio da vida para tentar me convencer de que os dias passavam e não eram o mesmo milhares de vezes repetido...

E eis que sei,mais tarde, chegará o dia em que não serás mais meu fantasma e teus olhos de gelo se apagarão dos meus, e então, quando esse dia chegar, poderei abrir o baú, retirar o que te ti guardei e vestir contigo algum personagem nu.

domingo, novembro 02, 2008

menina do labirinto


Ergui paredes,
Construi obstáculos,
espalhei armadilhas,
me cerquei no labirinto que construi para mim,
Me perdi em suas entranhas,
fugindo da luz,
tentando esquecer a saída,
assim me perdi,
nas sombras do meu labirinto,
onde sou rainha e monstro...
só não lembrei de uma coisa,
preparar a engenhoca que te impediria de entrar

(Tela de María Cristina Noriega- Laberintos 2)

domingo, outubro 19, 2008

Poeninha minimo

Hoje descobri que gosto de você.
Só hoje,
mas só de você.
Hoje descobri que gosto de você.
Que gosto de você porque você não gosta de mim,
porque não somos feitos um para o outro,
porque te busco e nunca te encontro,
porque você foge de mim,
como os sonhos interrompidos pelo despertador,
porque busco em você coisas que você não tem,
porque não gosto de mim quando estou com você,
porque gosto de você quando está comigo,
porque pensar em você me faz sentir ridicula,
porque não existe explicação para gostar de você.
Hoje descobri que gosto de você,
só hoje,
mas só de você.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Gotas literarias

Não gosto de me ver no espelho... ele sempre me desepciona, mas gosto de
reflexos
Aos que não entendem meu paradoxo... azar...
Aos que entendem amem...
Para saber quem sou não preciso me projetar em superficies polidas...
Por isso mesmo ainda não pintei um auto retrato.... nem penso fazé-lo

Gotas de literatura em espanhol...sobre espelhos e auto retratos,
dores de garganta, desabafos, amor e ódio... sentimentos complementares...


No tengo espejos en mi casa. Mi marido no los necesita y yo los odio. Sí hay espejos, claro, en los servicios del despacho; y normalmente me lavo las manos con la cabeza gacha. He aprendido a mirarme sin verme en los cristales de las ventanas, en los escaparates de las tiendas, en los retrovisores de los coches, en los ojos de los demás. Vivimos en una sociedad llena de reflejos: a poco que te descuidas, en cualquier esquina te asalta tu propia imagen. En estas circunstancias, yo hice lo posible por olvidarme de mí. No me las apañaba del todo mal. Tenía un buen trabajo, buenos amigos, libros que leer, películas que ver. En cuanto a mi marido, nos odiábamos tranquilamente. La vida transcurría así, fría, lenta y tenaz como un río de mercurio. Sólo a veces, en algún atardecer particularmente hermoso, se me llenaba la garganta de una congoja insoportable, del dolor de todas las palabras nunca dichas, de toda la belleza nunca compartida, de todo el deseo de amor nunca puesto en práctica. Entonces mi mente se decía: jamás, jamás, jamás. Y en cada jamás me quería morir. Pero luego esas turbaciones agudas se pasaban, de la misma manera que se pasa un ataque de tos, uno de esos ataques furiosos que te ponen al borde de la asfixia, para desaparecer instantes después sin dejar más recuerdo que una carraspera y una furtiva lágrima. Además, sé bien que incluso a los guapos les entran ganas de morirse algunas veces.

Rosa Montero,
Do conto "Amor ciego" lei mais em http://mexique83.ifrance.com/mexique83/pages/montero.htm

sexta-feira, setembro 12, 2008

Laberintos...nª 1

Dos labirintos mais perigosos o pior é sem duvida o dos sonhos... ela estava cansada de saber isso, mesmo assim gostava de sonhar. A ideia de viver em um filme, dirigido, protagonizado e roteirisado por ela mesma lhe soava bastante tentadora. Acreditava e gostava dos sonhos, era como viver em um mundo paralelo onde coisas fantásticas aconteciam, podia voar, lutar com dragões e voltar no tempo... Os sonhos a faziam acreditar que qualquer coisa era perfeitamente aceitável e possível, sempre acreditara neles, já que seguia a lógica de que só porque algo acontece dentro de nossa cabeça não significa que não exista.
Mas os sonhos são labirintos e todo mundo sabe que em todo labirinto que se prese há um monstro. E um dia ela se encontrou com esse monstro... O mais assustador dessa criatura era , por mais paradoxal que isso pareça, que não era monstruosa como o Minotauro, ao contrario, era uma criatura encantadora... com forma de homem...
Esse dia acordou perturbada.... se sentia mal, havia algo errado, sonhar não era isso. Sentiu vergonha de se mesma, não queria nunca mais se encontrar com essa criatura... não queria se deixar enfeitiçar. Mais tarde quando foi se deitar fechou os olhos e tentou guiar seus pensamentos o mais longe possível do esconderijo do monstro.... e assim adormeceu , correndo em sentido contrario.... mas havia algo errado, uma parte de si parecia querer tomar o sentido contrario, queria encontrar a criatura, e era mais forte que tudo... e ela se deixou levar...
Se encantou por essa criatura em forma de homem, de poucos sorrisos-sonho, de curtas palavras-sonho, conversas de sonho, e abraços esses sim ela quase podia sentir...Mais uma vez acordou perturbada... o choro foi inevitável... não podia perder seus sonhos, a última coisa que ainda lhe pertencia.... Tentava em vão se convencer de que os sonhos eram insignificantes e que a criatura não podia fazer nada com ela enquanto estivesse acordada....
Na noite seguinte sua estratégia foi não dormir... mas já era tarde, o monstro homem-sonho a vencera, saíra dos sonhos e a seguia fora deles... durante o dia , dia-a dia de segunda a segunda... e ela não conseguia mais fugir e não tinha mais forças para resistir... a atormentava nas poucas palavras -realidade e nas poucas palavras -sonho, nos tímidos sorrisos-realidade e nos tímidos sorrisos-sonho, e estavam também os abraços.... que nunca existiam na realidade.... mas que atormentavam seus sonhos...
Noites em claro... tentando não pensar, tentando não sonhar, tentando apenas existir e esquecendo de viver.... Foi então quando se lembrou das palavras... essas sim nunca a iriam abandonar, e se pôs a escrever " dos labirintos mais perigosos...."

sexta-feira, junho 20, 2008

Roberta e a maçã

Houve um tempo, ninguém sabe ao certo quando, em que as nuvens eram feitas de algodão doce, as casas de madeira e as pessoas de sonhos. Nesse tempo infinito e incerto nasceu uma menina que vivia da vontade de construir uma poderosa maquina de sonhos, seu nome era Roberta.
Roberta vivia em uma pequena casa de madeira, como todas as da cidade, com seus pais e irmãos, que eram dois.Desde muito pequena a menina se revelou uma verdadeira inventora, aos 5 anos construiu para seu irmão um brinquedo nunca antes visto, era um objeto perfeitamente esférico, que magicamente pulava sem qualquer artificio humano quando jogado ao chão, que menina chamou de bola.
Seu pai ao perceber a grande capacidade de sonhar da filha construi para ela um pequeno barraco no quintal da casa para que lá pudesse inventar seus fantásticos objetos com calma, ai Roberta podia passar dias e noites.
Mas a invenção de pequenos e mágicos objetos como a bola, o abre latas e um interessante aparelho (este feito para sua mãe) que parecia atrair a poeira para um pequeno tanque, facilitando enormemente os trabalhos de limpeza, eram para ela apenas passatempos, desde muito pequena seu sonho era fazer a maquina perfeita.
Uma maquina que lhe permitisse reproduzir todas as coisas do mundo, uma maquina onde ela pudesse fazer todu o que sua imaginação mandava, em que não existissem limites e o real não importasse mais. Para isso trabalhou toda sua vida, passou dias, meses e anos sem sair de seu pequeno barraco,criando formulas, formas e coberturas de aço e plástico, até que finalmente conseguiu... tinha criado a maquina perfeita, um amontoado fantástico de aço e fios em que sua imaginação era o limite.
Após anos de trabalho Roberta finalmente conseguira. Conversou com seu pai e juntos decidiram que uma maquina tão fantástica devia ser apresentada a toda a cidade e assim o fizeram. Em um belo dia de verão convocaram todas as pessoas da cidade e Roberta mostrou sua mais magnifica obra. Para inaugurar sua maior criação, fez uma maçã. Era uma fruta perfeita, vermelha e sem mancha alguma. As pessoas que acudiram á apresentação ficaram admiradas com a perfeição da fruta e desejaram te-la.
Desse dia em diante filas e filas de pessoas acudiram á casa da menina para que ela lhes desse uma fruta, como a máquina obedecia apenas as leis da imaginação, Roberta oferecia a seus clientes os mais variados tipos de frutas, maçãs verdes , azuis, cor de rosa e amarelas além das vermelhas tradicionais. Ao começo a menina gostou de oferecer maçãs para as pessoas da cidade, mas depois de um tempo foi ficando cansada, as pessoas não estavam contentes com suas frutas e chegavam com mais e mais pedidos, a menina passava noites inteiras sem dormir.
Todas as manhãs havia uma fila interminável de pessoas reivindicando que Roberta fizesse modificações em suas maças"o caule da minha vizinha ficou igual ao meu, troca-o faz uma mais bonito para mim", Roberta não aguentava mais isso, não queria que sua maquina de sonhos despertasse inveja e competição entre as pessoas, se sentia péssima com isso , como se fosse ela a causadora de todas essas discussões.
Assim que um dia, depois de muito pensar Roberta finalmente entendeu: sua máquina fantástica não poderia permanecer por muito tempo em uma cidade e ela não poderia ficar sem sua maquina. Decidiu partir daquele lugar, levando sua máquina e correr o mundo oferecendo suas maças.
Naquela mesma noite a menina partiu levando sua maquina, ninguém soube para onde foi, deixou apenas uma pequena caixa para seu pai , dentro havia uma carta de despedida e uma ultima maça, a mais bonita e perfeita de todas.



Sala de aula segundo Dalí

Textos em tabletes, textos tabloides... a moda pega, só para entrar no clima da
pós-modernidade...mas o surreal não era da modernidade?!

Silencio... crash, se quebra
Latinha amassada, projeteis de papel voando,
gritos de riso, risadas lacrimosas,
professor sentado, alunos(?) de pé , conversas , gritos, confusões,
lápis sem ponta... dia de prova?!
barulhos sem fim, porta fechada, janelas fechadas, barulhos presos....
cinema? Lévi-strauss? pop art, art pop, sala pop
Antropologia do surreal, cavalos marinhos? espelhos convexos? aula de que? aula? relogios derretidos... o tempo não passa...10:30...plop!..crash!, poom!, bang!...heeeeeeeee!...shuuuuuuuuu!
Bola, futebol, piadas de computador
Musica... tem música?!!!
Novo método... sala de aula pós-moderna...fim dos tempos? que nada, fim do semestre...

sexta-feira, maio 09, 2008

Bobagem boba!

Para minhas amigas...só mais um texto não linear, mas que vocês vão entender muito bem....ainda terá mais...tchoooooooooo

Alegria de meninas: risos sem razão, piadas sem sentido.. ah, mas quem disse que tudo tem que fazer sentido.
Risos no escuro, brincar com químicos, queimar papeis, surge a foto em um passe de mágica, milagre da química, e mais risos, e mais piadas sem graça... mas como fazem rir, alegria de meninas..
Uma visita, caminhada sob o sol, conversa despreocupada, exercício involuntário, as pernas doem, os pulmões reclamam,mas os risos nunca param. "Ahhh a não chega nunca", "terá cachorro", "devíamos ter pegado o ónibus".... Bolo de chocolate! conversa gostosa, a memoria da cidade fascina, alegria de uma tarde de meninas, com risos , limonada, conversas despreocupadas e a memoria, sempre a memoria.
Solavancos de ónibus, comentários sobre episódios do dia, "casamento?!", "cachorro molhado"... ahhh bobagem boba... ai ai ... mais uma tarde que se acaba, risadas sem fim... ai , mas que fogo...mas a hora da despedida chega, sempre entre risos... amanhã tem mais...

sexta-feira, abril 25, 2008

Francamente...

Por um daqueles mistérios da vida, em que as ideias inteligentes sempre vêm demasiado tarde, escolhi o dia de hoje, por nenhum motivo especial e sem qualquer significado cabalístico para me sentar pacientemente e ter uma conversa franca comigo. Pedi que me contasse tudo, que não fosse tímida, e o que ouvi foram as mesmas divagações sem sentido lógico e as mesmas ideias mirabolantes típicas das pessoas que vivem sonhando, e assim entre bobagens filosóficas e pensamentos não lineares, me dei conta que todo este tempo fugi de mim com medo de descobrir a confunção que sou eu. Então mais uma vez a tristeza me invadiu aos poucos, a senti subir devagarinho como uma espécie de vazio que preenche os corpo dos pés à cabeça e foi ai que o inesperado aconteceu e comecei a me lembrar com carinho de todas as coisas que um dia quis e dos sonhos jogados no lixo ou simplesmente esquecidos.E então já quase louca perguntei a ela que era eu : o que você mais queria, e ela me respondeu de um só respiro:
Queria voltar no tempo, queria viver em sonhos, queria fazer um filme, queria não mais sonhar, queria que as pessoas ficassem, queria que todos fossem embora, queria dormir para sempre, queria morrer de rir, queria não pensar em nada, queria seguir meu coração, queria que o mar me leve, queria que uma pessoa em especial tivesse ficado , queria essa pessoa tivesse insistido, queria perder a memoria, queria não querer perder a memoria, queria que ele voltasse, queria uma trilha sonora, queria pular de para quedas, queria comer goiabas, queria viver nas arbores, queria sair daqui, queria voar, queria escrever para sempre, queria acreditar no poder dos pensamentos, queria desafiar as regras,queria não perder as chances de fazer o que quero, queria seguir meus impulsos, queria me livrar das ideias fixas, queria perder o orgulho, queria, que você me deixasse respirar... Quando a vi chorar e senti que as lágrimas também molhavam meu rosto entendi que ela realmente era eu e que o que ela queria era o que queria, entendi que sua vida era a minha, que seus pensamentos eram os meus e que mesmo as filosofias de desocupado eram também minhas, descobri que eramos uma, não duas metades, a estranha aritmética das pessoas que pensam de mais em que 1+1 é igual a 1.

Hoy

Pues asi es, el dia de hoy trajo cosas y gentes que me obligaron a pensar quien realmente soy , me hicieron tambien recordar lo que me propuse ser y no ser. Y entre confusiones pseudo-metafisicas se me salió el lado metodico y comenze a hacer un balance de mi vida. hasta ahora va asi:
Tengo 21 años,
algunos besos,
buenas notas,
un muñeco de trapo y plastico,
un blog abandonado,
fotos horribles ( sin foco, guradense las comparaciones metalinguísticas),
papeles de carta,
dibujos feos,
mas o menos 20 historias entre roteros , cuentos y libros sin terminar, ningun tatuaje o piercing.
una vida social desinteresante,
pocos amigos,
sapatillas confortables con flores azules,
ganas de llorar,
mal humor cronico,
musica,
cajas vacias,
un celular sin creditos,
y una idea en la cabeza, solo me falta la camara !

segunda-feira, abril 14, 2008

Plop!

O SEGREDO

Há uma palavra que pertence a um reino que me deixa muda de horror. Não espantes o nosso mundo, não empurres com a palavra incauta o nosso barco para sempre ao mar. Temo que depois da palavra tocada fiquemos puros demais. Que faríamos de nossa vida pura? Deixa o céu à esperança apenas, com os dedos trêmulos cerro os teus lábios, não a digas. Há tanto tempo eu de medo a escondo que esqueci que a desconheço, e dela fiz o meu segredo mortal.

Clarice Lispector

Das palavras que matam todos sabiam , mas isso não impedia que as utilizassem indiscriminadamente, até ai nada de muito diferente. Acontece que lá as palavras que matam realmente matavam, e o que era ainda pior, as letais palavras eram diferentes para uns e outros o que logicamente criava um verdadeiro caos urbano.
Por isso o mocinho da nossa historia, que não terá nome para evitar entendimentos forçados, tomava todas as precauções possíveis e até as impossiveis para evitar uma morte acidental ( numero que vinha crescendo absurdamente na cidade nesses últimos anos).
Acontece que o tal mocinho não saia de sua casa sem uma boa proteção para os ouvidos, não conversava com ninguém desconhecido nas ruas, nem andava por lugares desconhecidos, tudo para evitar ouvir as letais palavras.
Estava pois um dia nosso amigo, em sua casa, lendo no jornal o caso de um homem que morrera depois de ouvir a palavra "cobrador",quando depois de muito tempo começou a pensar nas palavras que ele mais temia. Vieram pois a sua mente com uma rapidez surpreendente,as seguintes: "fim", "vôo", "amor","tempestade", "mar","saudade", "sopa de letrinhas", "manga" e "plop". Essa última lhe chamou a atenção, "plop?" se perguntou , mas isso não era uma palavra, foi então que ele se lembrou, era o som que fez seu peixinho dourado quando foi jogado na privada, seu primeiro contato com a morte. Lembrou da tristeza que sentiu e começou a pensar nas outras palavras que também o atemorizavam e para sua surpresa percebeu que nunca as tinha experimentado e a partir desse momento decidiu não mais fugir delas , busca-las , mas não para encontrar a morte , mas para descobrir a vida.

domingo, março 30, 2008

Mar adentro










"Y te vas para alla como en sueños,
perdida Alfonsina,
vestida de mar "

(Alfonsina y el mar)









Pela imensidão de tons azuis me deixei levar
Caminhei lentamente nas águas, sem presa
Recebi com alegria o vento frio que me cortava a pele,
enquanto a água salgada e gelada do mar dava as boas vindas a meus pés.
Tentei não pensar em nada apenas me perder no mar noturno de águas geladas, enquanto sentia meu vestido deixar de ser pano e se transformar em espumas marítimas,
meu cabelo se transformar em uma mata de algas negras
meus pés, não eram mais pés mas sim nadadeiras,
e eu me transformei toda em criatura do mar
os caracóis me davam as boas vindas
conversei com os peixes, adormeci nos corais.
E assim na imensidão de tons azuis me perdi
Era de noite e a lua acariciava o mar com mãos geladas,
as criaturas do mar dançavam comigo
e quando veio o sol para despertar o mar eu já era peixe e no mar me perdi...

terça-feira, março 18, 2008

De mas locos y mas locuras


“¡Loco, loco, loco!...Como un acróbata demente saltaré
Sobre el abismo de tu escote hasta sentir
Que enloquecí tu corazón
De libertad...”
(Horacio Ferrer, “Balada para un
loco”)

A la sombra de un león

Llegó
con su espada de madera
y zapatos de payaso
a comerse la ciudad.
Compró
suerte en Doña Manolita
y al pasar por la Cibeles
quiso sacarla a bailar
un vals
como dos enamorados
y dormirse acurrucadosa la sombra de un león.
“¿Qué tal?,estoy sola y sin marido,gracias por haber venido
a abrigarme el corazón.”

Ayer
a la hora de la cena
descubrieron que faltaba
el interno 16.
Tal vez
disfrazado de enfermero
se escapó de Ciempozuelos
con su capirote de
papel.
A su estatua preferida
un anillo de pedida
le robó en El Corte Inglés.
Con él
en el dedo al día siguiente
vi a la novia del agente
que lo vino a detener.

Cayó
como un pájaro del árbol
cuando sus labios de mármol
le obligaron a soltar.
Quedóun taxista que pasaba
mudo al ver cómo empezaba
la Cibeles a llorar
y chocó contra el Banco Central.
(Joaquín Sabina/Josep María Bardagí)

De locos y locuras


Entre locos y locuras quiero estar y busco su compania como el ninõ que quiere ganarle a su sombra.

De cartón piedra

Era la gloria vestida de tul
Con la mirada lejana y azul
Que sonreía en un escaparate
Con la boquita menuda y granate
Y unos zapatos de falso charol
Que chispeaban al roce del sol
Limpia y bonita siempre iba a la moda
Arregladita como pa’ ir de boda
Y yo a todas horas la iba a ver
Porque yo amaba a esa mujer

De cartón piedra
Que de San Esteban a Navidades
Entre saldos y novedades
Hacía más tierna mi acera
No era como esas muñecas de abril
Que me arañaron de frente y perfil
Que se comieron mi naranja a gajos
Que me arrancaron la ilusión de cuajo
Con la presteza que da el alquiler
Olvida el aire que respiró ayer
Juega las cartas que le da el momento
Mañana es sólo un adverbio de tiempo
No, no... ella esperaba en su vitrina
Verme doblar aquella esquina
Como una novia
Como un pajarillo pidiéndome“Libérame, libérame
Y huyamos a escribir la historia”
De una pedrada me cargué el cristal
Y corrí, corrí con ella hasta mi portal
Todo su cuerpo me tembló en los brazos
Nos sonreía la luna de marzo
Bajo la lluvia bailamos un vals
Un, dos, tres, un, dos, tres, todo daba igual
Y yo le hablaba de nuestro futuro
Y ella lloraba en silencio, os lo juro
Y entre cuatro paredes y un techo
Se reventó contra su pecho
Pena tras pena
Tuve entre mis manos el universo
E hicimos del pasado un verso
Perdido dentro de un poema
Y entonces llegaron ellos
Me sacaron a empujones de mi casa
Y me encerraron entre estas cuatro paredes blancas
Donde vienen a verme mis amigos
De mes en mes
De dos en dos
Y de seis a siete
(Joan Manuel Serrat)

sábado, março 15, 2008

Conto do nunca esquecer



- Boa noite - ele disse, e se sentou ao lado dela. A noite não era das mais bonitas, mas era linda.... daquelas em que tudo é frio como a Lua e a sensação de solidão é maior. Mas no salão era verão, quente e enebriante, talvez sufocante, também era primavera, colorido e enfeitado, e as pessoas alheias ao dialogo dos, dois celebravam a alegria de estar vivo e de ter o samba.

O salão brilhava, a banda tocava, os corações batiam com a cadencia do samba e a beleza das noites de todas as estações que se confundiam no salão. E ele a olhava e ela fingia não ver, algumas vezes os olhares se encontravam, mas mesmo estando frente a frente não ousavam se falar. E a noite passava e ela sorria e brincava com os amigos e descobria que a felicidade sim, existia, mas é como uma ave migratória que nunca fica muito tempo .Então os olhares se fizeram mais frequentes e todos comentaram e riram e brincaram e a festa continuava, e o samba acelerava e os corações batiam e as distancias diminuíam.

Derrepente chega o final da noite, quando a banda se despede mas a alegria das pessoas não diminui e as luzes continuam baixas, ele se aproximou e disse ao ouvido dela " boa noite".

Então as palavras iam e viam e os olhos se encontravam, já sem medo, e as mentes trabalhavam com afinco para encontrar as palavras certas . Ele a olhava e ela lutava contra as palavras auto-destrutivas e a tendência a parecer antipática, ele respondia com ideias que incrivelmente ela também tinha e foi ai que veio o medo.

Ela teve medo de nunca esquecer, de sua síndrome da boa memoria, porque na noite se ouvem palavras belas, mas frias como a lua. As coisas que ele lhe disse tiveram nela o efeito de flechas, não por serem más , ao contrario, as coisas boas costumam ser bem mais perigosas para as pessoas românticas.

Mas eis que nessa mescla de sentimentos e sensações que ele lhe despertou a conversa continuava fluindo, e o temido mas esperado momento chegou. E ele meio, sem jeito, lhe pede um beijo e ela ,já perdida em pensamentos, diz que não. Ele visivelmente desapontado diz que esta tudo bem que ela não precisa fazer nada que não queira, mas eis que uma vez dito isso ela pensa bem e vê que é ridículo dizer que não, mesmo assim alguma coisa,uma sensação parecida com a vergonha a deixa tímida. Ele permanece por mais um tempo se diz cansado começa a querer contar algo de si , mas para, pensa melhor e se despede.

Os dois se abraçam, ela sente meio triste sem saber porque , sabendo apenas que é o abraço do nunca mais, desses que damos a alguém tendo a certeza de que nunca mais o abraçaremos de novo. Então ele se vai, ela o observa por alguns minutos e a ideia óbvia vem a sua mente "se nunca mais o verei não devia ter dito não" mas já é tarde.
A noite então acaba, a luzes se acendem , a música para e ela também se vai , mas leva consigo a imagem dele, que por alguma estranha razão não saí de sua cabeça e, por uma razão mais estranha ainda, ela desde aquele dia escreve contos para nunca esquecer.

sexta-feira, março 07, 2008

Contra luz

Sombras... sombras que cercam , perseguem ,
sombras por todos lados,
imagens negras sem corpo,
impossiveis de ser tocadas ,
recortes de formas aparentemente solidadas mas irreais e inatingiveis.
sombras sombrias,
escuridão na luz
espectros
fantasmas
sombras sombrias por todos lados
e ao fundo a luz
sempre a luz, mãe das sombras...

quarta-feira, março 05, 2008

Let´s shine it out !!!


Hahahaha!!!!
Quem tem medo dessa coisinha fofa que é o Jack!!

Olha o urso!!


E então o impossivel aconteceu .... Tropa de Elite ganhou o ursinho, a estatueta vem para os tropicos, ma e ai merecia ?

Quem viu o filme tem mais gabarito pra dizer qualquer coisa quanto a isso já que vale lembrar se trata de um premio de cinema, ou seja a tematica pode ter sido a morte da bezerra, se o filme fosse bom teria iguais chances.

Mas como é de praxe nesse blog o texto não vai falar de cinema....(ohhh...) a questão é a tematica do filme, sim, ponto para quem disse favela... de novo voltamos a esse nosso querido local. Mas desta vez o personagem é outro , é o policial e temos ai o que talvez seja o grande diferencial desse filme, mostra a base para responder a uma importante pergunta que todos os que pensam na situação das favelas e do crime organizado deveriam pensar " mas então qual é a da policia ?". Curtas sobre a favela ja mostravam os abusos dos policiais, os jornais nos escancaram a crueldade dos traficantes e o estudos de sociologos mostram a população em meio ao fogo cruzado.

Mas e o policia? esta claro que o filme não justifica a violencia das incursões do BOPE às favelas, mas mostra que ele é um homem assim como o traficante , o morador da favela e do asfalto. Vemos assim a questão do crime organizado sob o olhar do outro, daquele que possui o uso legitimo da violencia e que a usa de forma assustadoramente ilegitima... é a degradação do humano.

domingo, fevereiro 24, 2008

The way you look tonight

(la canta Frank Sinatra, pero prefiero la versión mas lenta)

Someday, when i'm awfully low
when the world is cold
i will feel a glow, just thinking of you
and the way you look tonight

oh but your lovely
with your smile so warm
and your cheeks so soft
there is nothing for me, but to love you
just the way you look tonight

with each word your tenderness grows
tearing my fear apart
and that laugh
that wrinkles your nose
touches my foolish heart

lovely, never never change
keep that breathless charm
won't you please arrange it
because i, i love you
just the way you look tonight

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Just stop it

Stopping the love
(Kt Tamstall)

So you think is funny
that you keep calling me all of the time
every day
oh honey
don´t want to be following and falling behind
If you´re gonna be walking away
And I don´t know
Why i wouldn't follow
Wouldn't follow

You got me looking up
Even when i'm falling down
You got me crawling out of my skin
You got me wondering why
I am underneath this big old sky
Stopping the loving getting in

Stopping the loving getting in

Now you say it´s easy
That you been falling for all of my charm
And getting lost in my smile
Never ceases to amze me
When i´m chancing my arm
That i still do it with style
And now i hope
You´ll be with me tomorrow
With me tomorrow

You got me looking up
Even when i´m falling down
You got me crawling out of my skin
You got me wondering why
I am underneath this big old sky
Stopping the loving getting in

Stopping the loving getting in

terça-feira, janeiro 29, 2008

non sense

Lendo minha postagem anterior notei que ficou terrível, a redação esta péssima, mas mesmo assim resolvi não tira-la , é uma prova de que nem sempre as pessoas tem que procurar ser tão irritantemente perfeitas , eu não escrevo bem , então o Cash fica, e que seja, foi muito sincero e diz muito de mim... é nada a ver, sem nexo, desorganizado, é uma espécie de metonímia de mim...Gostei disso

Cash



It´s all for real kid... È , é o que dizem´, é tudo verdade, mas nem sempre a verdade é verdadeira, menos ainda quando fica famosa e vira estrela de Hollywood.
Esta certo, dois filhos de Francisco, não foi para o Oscar, mas também o pai do Zezé não parece com o Angelo Antonio e nem o Zezé foi tão certinho assim na vida, mas o filme, como filme é bom.
Outro filme do cinema biografia , dessa vez mais famoso e mais caro é Jonny e June , ou no original , que alias , tem mais a ver com o filme , Walk the line.
Gostei desse titulo, é com certeza mais criativo que Dois Filhos de Francisco, que , justiça seja feita , poderia ser pior e se chamado " A vida do Zezé".
Mas o assunto principal que me motivou a escrever esse texto não é a questão da parcialidade de tudo, nem da falte de propriedade para a adaptação de títulos, nem muito menos o uso de drogas, é simplesmente o cinema.
Não sei se já disse isso, se o fiz peço desculpas por me repetir, mas ao ver esse filme (Johnny e June) me veio novamente a desesperança, a ideia potencialmente aterradora de que talvez eu tenha nascido para ser uma amante do cinema, não a esposa... se bem que a amante é a que se diverte , mas enfim, o que quero dizer é que deixei de acreditar que um dia eu poderia fazer um filme.
O cinema tem alguma coisa que cativa, enfeitiça, faz com que a pessoa queira se perder em seu mundo fazer parte de seu encanto , é como se por uma temporada você fosse capaz de projetar sonhos, fazer com que eles ganhem corpo mesmo que por um grande faz de conta... e ai não importam os críticos, nem os prémios, nem as limitações de orçamente, nem o espectador que vai falar mal de seu filme em um bar... só importa a historia e a magia de trazé-la à vida, materializar meros pensamentos.
Volto a citar o cinema biografia , lembrando dos dois exemplos que usei, para mim é como ter a possibilidade de voltar no tempo, pegar o passado e molda-lo transforma-lo em historia cativante sem no entanto perder sua veracidade. Esta claro que me inclino mais para o oficio de roteirista, e talves seja assim, mas o importante é fazer parte da equipe...
Mais um vez parece que me perdi no texto, o objetivo se perdeu, o assunto tomou outros rumos , e assim como acontecia com Johnny Cash, é muito dificil andar na linha, e quando se escreve os pensamentos são como uma enchente... assim como na vida, nunca sabemos onde vai nos levar , ou melhor onde vamos nos levar , é impossivel andar na linha, e o cinema , esse então... o que dizer , é uma mascara , a grande tela onde se projeta o mundo éle imita a vida e a vida o imita .... não peçam a ele que ande na linha....

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Coisinhas minimas


Encontrei isso em minhas navegações noturnas pelo Google. Gostei dos desenhos, e deve ter quem goste do que representam, a ideia geral não deixa de ser assustadora: A vida precisa mesmo de um manual de instruções" ... OH BOY...


E tinha mais :

Complaining is silly. Either act or forget.
Thinking life will be better in the future is stupid. I have to live now.
Being not truthful works against me.
Helping other people helps me.
Organizing a charity group is surprisingly easy.
Everything I do always comes back to me.
Drugs feel great in the beginning and become a drag later on.
Over time I get used to everything and start taking if for granted.
Money does not make me happy.
Traveling alone is helpful for a new perspective on life.
Assuming is stifling.
Keeping a diary supports my personal development.
Trying to look good limits my life.
Worrying solves nothing.
Material luxuries are best enjoyed in small doses.
Having guts always works out for me.

To Live and let die


Já pensou, por mais deprimente que possa parecer, como é frágil, ténue , o "véu" que separa a vida da morte?

Percebi isso de uma forma, digamos ..pouco profunda, foi com a morte do Heath Ledger, sim, foi assim, com a morte de uma figura da tão criticada industria cultural, com o coca-cola que aplaca a sede das massas. Mas teve o impacto dos fatos inesperados, fora o fato de que , como dizia meu amigo Edgar Morrin, não esperamos que os Olimpianos morram, são deuses, portanto imortais, então, realidade: não é que ele era mortal ?!, Sim e também não era gay, nem era um cavaleiro medieval, nem um drogado (dissem que talves fosse, mas não vem ao caso), nem um garoto apaixonado que canta " I love you baby", era só uma pessoa que era paga para fingir ser isso tudo e nos fazer chorar em dramas e comédias romanticas, e sim , morreu , como nós também vamos morrer um dia, e como muitos já morreram antes dele.

Mas voltando à minha percepção do óbvio, as pessoas podem cruzar a fronteira da vida e da morte a qualquer momento. Parece um pouco terrorista dizer isto, mas realmente qualquer segundo pode ser o ultimo de sua vida, e talvez a maior dor que acompanha o pensamento de que podemos morrer a qualquer momento seja o que vamos ficar completamente sozinhos, nunca vamos poder contar a ninguém como foi morrer... é a solidão e o não reconhecimento do que fizemos ( porque não temos como contar obviamente) o que assusta.

Mas sempre estão os irritantes, mas úteis , otimistas para aplacar nosso medo de morte. Pois então, essas almas generosas nos reconfortam com os mais variados argumentos para não tornar nosso medo tão medonho... e são eles os religiosos, a morte é só uma evolução. Mas não só eles estão nesse jogo também nossos amigos os... otimistas... as já mencionadas criaturas para as quais tudo da errado e mesmo assim continuam sabe-se lá como... felizes... seu lema é o sugestivo e nem um pouco falso "viva cada segundo como se fosse o último" e eu decidi por um toque pessoal com o adendo " porque ele realmente pode ser o último".

Mas falar de vida e morte não seria tão divertido se nos esquecessemos dos nossos queridos psicanalistas, segundo eles a morte é para nós algo temido e ao mesmo tempo desejado , fazemos coisas buscando a morte , nos arriscamos por acreditar que é nela que encontraremos a plena satisfação dos desejos, a ausência da falta, o que não deixa de ser verdade já que o morto esta ... morto , não precisa de mais nada, dão a isso o carinhoso nome de pulsão de morte, simpático não ?! E não é só isso existe também a pulsão de vida que faz o contrario, e isso tudo nos faz viver , etc etc

A tudo isso uma coisa é certa , sim, as pessoas morrem , sim, pode acontecer a qualquer momento, e sim não sabemos quando , mas pensando bem nessa vida , por mais paradoxal que possa parecer, é nossa única certeza, por isso tudo minha filosofia de vida, ou de morte é simplesmente "live and let die"....