domingo, março 30, 2008

Mar adentro










"Y te vas para alla como en sueños,
perdida Alfonsina,
vestida de mar "

(Alfonsina y el mar)









Pela imensidão de tons azuis me deixei levar
Caminhei lentamente nas águas, sem presa
Recebi com alegria o vento frio que me cortava a pele,
enquanto a água salgada e gelada do mar dava as boas vindas a meus pés.
Tentei não pensar em nada apenas me perder no mar noturno de águas geladas, enquanto sentia meu vestido deixar de ser pano e se transformar em espumas marítimas,
meu cabelo se transformar em uma mata de algas negras
meus pés, não eram mais pés mas sim nadadeiras,
e eu me transformei toda em criatura do mar
os caracóis me davam as boas vindas
conversei com os peixes, adormeci nos corais.
E assim na imensidão de tons azuis me perdi
Era de noite e a lua acariciava o mar com mãos geladas,
as criaturas do mar dançavam comigo
e quando veio o sol para despertar o mar eu já era peixe e no mar me perdi...

terça-feira, março 18, 2008

De mas locos y mas locuras


“¡Loco, loco, loco!...Como un acróbata demente saltaré
Sobre el abismo de tu escote hasta sentir
Que enloquecí tu corazón
De libertad...”
(Horacio Ferrer, “Balada para un
loco”)

A la sombra de un león

Llegó
con su espada de madera
y zapatos de payaso
a comerse la ciudad.
Compró
suerte en Doña Manolita
y al pasar por la Cibeles
quiso sacarla a bailar
un vals
como dos enamorados
y dormirse acurrucadosa la sombra de un león.
“¿Qué tal?,estoy sola y sin marido,gracias por haber venido
a abrigarme el corazón.”

Ayer
a la hora de la cena
descubrieron que faltaba
el interno 16.
Tal vez
disfrazado de enfermero
se escapó de Ciempozuelos
con su capirote de
papel.
A su estatua preferida
un anillo de pedida
le robó en El Corte Inglés.
Con él
en el dedo al día siguiente
vi a la novia del agente
que lo vino a detener.

Cayó
como un pájaro del árbol
cuando sus labios de mármol
le obligaron a soltar.
Quedóun taxista que pasaba
mudo al ver cómo empezaba
la Cibeles a llorar
y chocó contra el Banco Central.
(Joaquín Sabina/Josep María Bardagí)

De locos y locuras


Entre locos y locuras quiero estar y busco su compania como el ninõ que quiere ganarle a su sombra.

De cartón piedra

Era la gloria vestida de tul
Con la mirada lejana y azul
Que sonreía en un escaparate
Con la boquita menuda y granate
Y unos zapatos de falso charol
Que chispeaban al roce del sol
Limpia y bonita siempre iba a la moda
Arregladita como pa’ ir de boda
Y yo a todas horas la iba a ver
Porque yo amaba a esa mujer

De cartón piedra
Que de San Esteban a Navidades
Entre saldos y novedades
Hacía más tierna mi acera
No era como esas muñecas de abril
Que me arañaron de frente y perfil
Que se comieron mi naranja a gajos
Que me arrancaron la ilusión de cuajo
Con la presteza que da el alquiler
Olvida el aire que respiró ayer
Juega las cartas que le da el momento
Mañana es sólo un adverbio de tiempo
No, no... ella esperaba en su vitrina
Verme doblar aquella esquina
Como una novia
Como un pajarillo pidiéndome“Libérame, libérame
Y huyamos a escribir la historia”
De una pedrada me cargué el cristal
Y corrí, corrí con ella hasta mi portal
Todo su cuerpo me tembló en los brazos
Nos sonreía la luna de marzo
Bajo la lluvia bailamos un vals
Un, dos, tres, un, dos, tres, todo daba igual
Y yo le hablaba de nuestro futuro
Y ella lloraba en silencio, os lo juro
Y entre cuatro paredes y un techo
Se reventó contra su pecho
Pena tras pena
Tuve entre mis manos el universo
E hicimos del pasado un verso
Perdido dentro de un poema
Y entonces llegaron ellos
Me sacaron a empujones de mi casa
Y me encerraron entre estas cuatro paredes blancas
Donde vienen a verme mis amigos
De mes en mes
De dos en dos
Y de seis a siete
(Joan Manuel Serrat)

sábado, março 15, 2008

Conto do nunca esquecer



- Boa noite - ele disse, e se sentou ao lado dela. A noite não era das mais bonitas, mas era linda.... daquelas em que tudo é frio como a Lua e a sensação de solidão é maior. Mas no salão era verão, quente e enebriante, talvez sufocante, também era primavera, colorido e enfeitado, e as pessoas alheias ao dialogo dos, dois celebravam a alegria de estar vivo e de ter o samba.

O salão brilhava, a banda tocava, os corações batiam com a cadencia do samba e a beleza das noites de todas as estações que se confundiam no salão. E ele a olhava e ela fingia não ver, algumas vezes os olhares se encontravam, mas mesmo estando frente a frente não ousavam se falar. E a noite passava e ela sorria e brincava com os amigos e descobria que a felicidade sim, existia, mas é como uma ave migratória que nunca fica muito tempo .Então os olhares se fizeram mais frequentes e todos comentaram e riram e brincaram e a festa continuava, e o samba acelerava e os corações batiam e as distancias diminuíam.

Derrepente chega o final da noite, quando a banda se despede mas a alegria das pessoas não diminui e as luzes continuam baixas, ele se aproximou e disse ao ouvido dela " boa noite".

Então as palavras iam e viam e os olhos se encontravam, já sem medo, e as mentes trabalhavam com afinco para encontrar as palavras certas . Ele a olhava e ela lutava contra as palavras auto-destrutivas e a tendência a parecer antipática, ele respondia com ideias que incrivelmente ela também tinha e foi ai que veio o medo.

Ela teve medo de nunca esquecer, de sua síndrome da boa memoria, porque na noite se ouvem palavras belas, mas frias como a lua. As coisas que ele lhe disse tiveram nela o efeito de flechas, não por serem más , ao contrario, as coisas boas costumam ser bem mais perigosas para as pessoas românticas.

Mas eis que nessa mescla de sentimentos e sensações que ele lhe despertou a conversa continuava fluindo, e o temido mas esperado momento chegou. E ele meio, sem jeito, lhe pede um beijo e ela ,já perdida em pensamentos, diz que não. Ele visivelmente desapontado diz que esta tudo bem que ela não precisa fazer nada que não queira, mas eis que uma vez dito isso ela pensa bem e vê que é ridículo dizer que não, mesmo assim alguma coisa,uma sensação parecida com a vergonha a deixa tímida. Ele permanece por mais um tempo se diz cansado começa a querer contar algo de si , mas para, pensa melhor e se despede.

Os dois se abraçam, ela sente meio triste sem saber porque , sabendo apenas que é o abraço do nunca mais, desses que damos a alguém tendo a certeza de que nunca mais o abraçaremos de novo. Então ele se vai, ela o observa por alguns minutos e a ideia óbvia vem a sua mente "se nunca mais o verei não devia ter dito não" mas já é tarde.
A noite então acaba, a luzes se acendem , a música para e ela também se vai , mas leva consigo a imagem dele, que por alguma estranha razão não saí de sua cabeça e, por uma razão mais estranha ainda, ela desde aquele dia escreve contos para nunca esquecer.

sexta-feira, março 07, 2008

Contra luz

Sombras... sombras que cercam , perseguem ,
sombras por todos lados,
imagens negras sem corpo,
impossiveis de ser tocadas ,
recortes de formas aparentemente solidadas mas irreais e inatingiveis.
sombras sombrias,
escuridão na luz
espectros
fantasmas
sombras sombrias por todos lados
e ao fundo a luz
sempre a luz, mãe das sombras...

quarta-feira, março 05, 2008

Let´s shine it out !!!


Hahahaha!!!!
Quem tem medo dessa coisinha fofa que é o Jack!!

Olha o urso!!


E então o impossivel aconteceu .... Tropa de Elite ganhou o ursinho, a estatueta vem para os tropicos, ma e ai merecia ?

Quem viu o filme tem mais gabarito pra dizer qualquer coisa quanto a isso já que vale lembrar se trata de um premio de cinema, ou seja a tematica pode ter sido a morte da bezerra, se o filme fosse bom teria iguais chances.

Mas como é de praxe nesse blog o texto não vai falar de cinema....(ohhh...) a questão é a tematica do filme, sim, ponto para quem disse favela... de novo voltamos a esse nosso querido local. Mas desta vez o personagem é outro , é o policial e temos ai o que talvez seja o grande diferencial desse filme, mostra a base para responder a uma importante pergunta que todos os que pensam na situação das favelas e do crime organizado deveriam pensar " mas então qual é a da policia ?". Curtas sobre a favela ja mostravam os abusos dos policiais, os jornais nos escancaram a crueldade dos traficantes e o estudos de sociologos mostram a população em meio ao fogo cruzado.

Mas e o policia? esta claro que o filme não justifica a violencia das incursões do BOPE às favelas, mas mostra que ele é um homem assim como o traficante , o morador da favela e do asfalto. Vemos assim a questão do crime organizado sob o olhar do outro, daquele que possui o uso legitimo da violencia e que a usa de forma assustadoramente ilegitima... é a degradação do humano.