terça-feira, julho 28, 2009

28th of July


Desde este momento el Perú es Libre e Independiente por la voluntad general de los pueblos y por la justicia de su causa que Dios defíende. ¡Viva la patria! ¡Viva la Libertad! ¡Viva la Independencia!
General José de San Martín en la Plaza de Armas de Lima el 28 de julio de 1821


Un dia como hoy se transformó el lugar donde nací...de aldea de España a aldea del mundo, por lo menos nos engañamos creyéndonos independiente...un día, un día el pasado grandioso de pueblos extintos dejara de rondarnos y podremos hacernos país...crecer...mientras eso no sucede...aquí estamos, bien, viviendo...Feliz día Perú!

sábado, julho 04, 2009

Vontadinha

À toa...
A ideia me coça a cabeça,
cocegas...
não rio,
pergunto que é ,
diz que é poema
acho graça, não sou poeta,
insiste que sim,
insiste que quer sair
e me coça a cabeça
faz cocegas
vontade de escrever
rio,
não sou poeta,
espero a vontade passar,
calma,
quando você crescer,
virar texto...
ai eu te deixo sair...
agora dorme,
faz cocegas

domingo, maio 31, 2009



De las canciones que hablan por mi...esa es una de esas
El cine, la magia, la fantasia...de que no hay cosa en el mundo
mejor que ser personaje y yo escojo ese..."Yo quiero ser una chica Alamodovar"




Yo quiero ser una chica almodovar
como la Maura como Victoria Abril,
un poco lista, un poquitin boba,
ir con Madonna en una limousine,
yo quiero ser una chica almodovar
como Bibi, como Miguel Bose,[Y como Gael Garcia!]
pasar de todo y no pasar de moda,
bailar contigo el ultimo cuple.
y no parar de viajar del invierno al verano,
de Madrid a New York, del abrazo al olvido,
dejarte entre tinieblas escuchando un ruido
de tacones lejanos.
encontrar la salida de este gris laberinto
sin pasion ni pecado ni locura ni incesto,
tener en cada puerto un amante distinto,
no gritar ¿que he hecho yo para merecer esto?yo quiero ser una chica almodovar
como pepi, como luci, como boom,
venderle al garbo mis secretos de alcoba,
ponerme luto por un matador.
yo quiero ser una chica almodovar
que a su chico le suplique: “¡atame!”,
no dar el alma sino a quien me la roba,
desayunar en tiffany’s con el.
y no permitir que me coman el coco
esas chungas movidas de croatas y servios,
ir por la vida al borde de un ataque de nervios
con faldas y a lo loco.
encontrar la salida de este gris laberinto
sin pasion ni pecado ni locura ni incesto,
tener en cada puerto un amante distinto,
no gritar ¿que he hecho yo para merecer esto?
como patti diphusa escribir mis memorias,
apuntarme a cualquier clase de bombardeo,
no tener otra fe que la piel ni mas ley
que la ley del deseo.
encontrar la salida de este gris laberinto
sin pasion ni pecado ni locura ni incesto,
tener en cada puerto un amante distinto,
no gritar ¿que he hecho yo para merecer esto?

segunda-feira, maio 11, 2009

La nuit

Lost in cheap delirium
Searching the neon lights
I move carefully
Sink in the city aquarium
Sing in the key of night
As they're watching me
Home- Zero7


Era noite, talvez tarde, mas não madrugada, apenas o momento do dia em que a luz não está e tudo é elegante e escuro, sem as cores fortes e alegres do dia que fazem doer os olhos, sem os barulhos de gargalhadas e prantos que inundam as manhãs das cidades, sem toda essa irritante explosão de vida, indecentemente viva...que atordoa, que desconcerta... era noite e assim estava bom....
Ainda dentro de casa a moça se arruma, vestido, sapatos, maquiagens... mil apetrechos para se transformar em algo ou alguém que ela pensa ser.A moça que a cidade não vê, nem bonita nem feia, nem gorda nem magra ( ela se acha gorda, claro), nem baixa nem alta ( ela se acha baixa, claro),quer ser vista essa noite, sai, pensando que talvez à noite, quando a luz é fraca, as sombras duras e o álcool deixa as mentes mais generosos, ela, apenas uma moça comum, daquelas que gostam de música, abominam livros de auto-ajuda, perdem a paciência com facilidade e acreditam que o "homem é o homem do próprio homem",possa por algumas horas ser vista, não para ser admirada ou desejada, mas apenas para se fazer acreditar que realmente existe e se tirar de vez a ideia fixa de que na verdade não passa de um holograma ou a amiga imaginaria de alguma criança.
Horas de testes, o quarto revirado, as roupas mil vezes experimentadas, o rosto irreconhecível na mascara de maquiagem...a moça reconhece a caricatura que queria pintar de si mesma...mas não se vê... está pronta, agora pode sair. Mas não o faz... fica ai, encarando a estranha que se diz sua imagem no espelho....passa a mão nos olhos, e encara sua mão agora suja da tinta preta que antes estava em seu rosto, seguindo graciosamente a linha dos cílios...mentira?
Era noite e chovia lá fora e o grito da tempestade abafou o que saiu de sua garganta quando quebrou o espelho e as luzes se aparam cobrindo a cidade e o quarto de breu, de um negror mais negro que a tinta que tinha nas mãos, agora misturado ao vermelho do sangue que não parava de brotar dos nós de seus dedos.
Sem luz não havia sombras, sem luz não havia como ver as feridas nas mãos (apenas sentia), sem luz não havia como ver o espelho destroçado,sem luz não havia como ver ou sequer imaginar seu rosto manchado da maquiagem borrada, sem luz apenas estava ela...sozinha, apenas ela... e assim estava bom.

Sorriu, se houvesse luz teria rido às gargalhadas...mas não quis perturbar ou quebrar a escuridão com barulhos...andou na direção em que sabia estava sua bolsa e pegou a caixa de fósforos e um maço de cigarros (agradeceu por ser fumante)e se sentou ao lado dos cacos de espelho caídos no chão.
Ascendeu o primeiro cigarro e junto com a fumaça que tragou com gosto pareceu engolir também uma alegria jamais sentida, daquelas que fazem as pessoas acreditar que não é possível ficar triste nunca mais...voltou a sorrir.
Ascendeu um fósforo e com a luz fraca da chama se viu em um dos cacos de espelho, viu também as feridas nas mãos...sentiu dor...até que a luz se apagou e a dor parou. O fogo, era a única luz da noite. O fogo dos fósforos que ela ia acendendo um a um...até que a chama consumia todo o palito até o ponto em que ela instintivamente o soltava porque lhe queimava os dedos... e riscava o seguinte...
Estava em silencio, o silencio de quem quer que tudo se consuma, como os palitos de fósforo que o fogo queimava...era noite silenciosa e sem luz, ela estava só e assim estava bom...

Para ouvir....

sábado, abril 04, 2009

Reflexos

-Olha que lindo,o reflexo da árvore no vidro
-Será que dá? para fazer uma foto...?
-Posso tentar...
-Tenta...



Imagem imaginaria, no vidro projetada, árvore toda feita de luz... verde, emoldurada pela igualmente inexistente luz vermelha... artificial, bela...

E a lente, artificial e bela não a prende.. porque a imagem, de luz, artificial e bela, voa livre... árvore verde em mundo vermelho de cristal...
e apenas a lente dos nossos olhos a capta e apenas nossa memoria a registra...

S

Sssshhiiii...silêncio,sopro, suspiro, sussurro,
sublime, submerso, submarino, submundo,
some, sobe, segue,
sangue, sinistro,
.....sem fôlego...sufoco

terça-feira, março 10, 2009

Uma colcha para amora


Um presente para o coração e a alma de amora,
Bela, frágil, selvagem amora,
Agridoce fruta silvestre,

Uma colcha de retalhos para a menina de sonhos,
...que sonha, com sonhos coloridos,
Que seja quente para aquecer seu coração no inverno.
Que seja macia para aconchegar sua alma
Mas que se transforme também em armadura, porque nunca se sabe...
Para sua vida de sonhos e risos, com mil contextos e coincidências cósmicas desejo que assim seja sua sorte:
Que el fin del mundo te pille bailando ( no Nepal),
Que el corazón no se pase de moda ( porque não são apenas ilustrações...),
Que los otoños te doren la piel ( Muzarela?),
Que cada noche sea noche de bodas ( com brindes e tradições),
Que no se ponga la luna de miel ( e que mesmo de dia você a consiga ver).
Que las verdades no tengan complejos ( porque agora sim acho que ser sincero é bom), que las mentiras parezcan mentira ( só isso...),
que no te den la razón los espejos ( que não ouse mais se chamar de feia bela amora), que te aproveche mirar lo que miras ( aqui um retalho se emenda em outro...porque se poderia dizer que Gosto quando olho com você o mundo e gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você),
Que no se ocupe de tí el desamparo (às tardes de terapia de grupo para ficar calados e sozinhos juntos),
que cada cena sea tu última cena ( que tudo tenha o sabor da primeira vez em que se come uma pêra...),
que ser valiente no salga tan caro( porque ás vezes é preciso se-lo),
que ser cobarde no valga la pena (diz tudo).
Que no te compren por menos de nada, que no te vendan amor sin espinas ( nem sem penduricalhos... perderia a graça, e nós o assunto...),
que no te duerman con cuentos de hadas (mas que nunca deixe de se encantar e nem de acreditar neles),
que no te cierren el bar de la esquina ( porque Santê é sempre bom...).

Nunca desista das piscinas, você sempre gostou de nadar, e afinal é apenas água.... Não tenha medo do desconhecido, Não se pergunte que tipo de piscina terá embaixo desse trampolim. Pule....

È preciso, além disso, deixa-la avisada do seguinte: solidão é um privilegio que você não tem, sinto muito...é a vida , mas é que há lloucos que nunca te deixarão em paz...e te dizem: yo soy tu amigo, te ofrezco árbol para tu nido. Anda, suelta tu canto, suelta tu pena, y que se haga diamante tu lágrima entre mi cuerda. Suelta tu piedra amora, para volar como el corcel en primavera. Deja que tu luz chiquitita hable en secreto a la canción para que te acaricie un poco más el sol...para que quando a vida doer, você se lembre de que as moskas falam...então...Calma! porque tudo está em calma, deixe que o beijo dure, deixe que o tempo cure, deixe que a alma tenha a mesma idade que a idade do céu...Para que possamos voar por ele em nossa kombi com nariz de palhaço, sustentada por um balão colorido... para o infinito e além... para construir mais sonhos e esquecer que existe o chão... e nossa ilha desconhecida, oásis no mar deserto... nossa ilha do tesouro, o lugar dos sonhos...

domingo, março 08, 2009

Lógica






Calma!
Tudo está em calma,
deixe que o beijo dure,
deixe que o tempo cure,
deixe que a alma tenha
a mesma idade que a idade do céu..









Durante os segundos em que dura o beijo, a pessoa não respira, ou seja, falta o oxigênio. Não há qualquer troca gasosa. sabido pois que é oxigênio um gás corrosivo, principal responsável pela oxidação, ou seja, deterioração de nosso organismo, processo esse que se inicia no instante em que o mencionado gás entra em nosso organismo pela primeira vez, marcando o começo do processo que nós levará à morte, invariavelmente. Dito isso é possível concluir que:
Durante o tempo em que dura o beijo os amantes se dão um ao outro o presente de, por uns segundos, deixar de morrer...a corrosão para...

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Lost and Found

Ela: dreads...adoro dreads, acho muito legal...
Ele: eu acho nojento...

A uma pessoa muito legal....minha lembrança de um bom dia...foi divertido...


Sexta-feira, 04h15:
Ela: - alô?Oi, acho que esqueci meu anel com você...
Ele: - sim, sim, desculpa, esqueci de te entregar
Ela: - não, imagina..mas..
Ele: - amanhã não sei se terei tempo...
Ela: - humm, não, mas não tenho presa...só que, onde posso te encontrar para pega-lo?
Ele: - Não, não, eu vou até você, só não sei se vou poder amanhã, eu te ligo...

Antes:
Aventura: Fogo!!! Dia de herói Bruno?...foi a parte elétrica... Eu estava perto...eu morri de medo...cara que coisa!!!....Cobrar ou não o extintor, eis a questão...(acho que não..)

Tecnologias: cadê o som? Reinicia Bruno!...Música...youtube, Olha! Uma raquete para mosquitos! Será que dá choque mesmo?... Thiago!!! Fala Thiago!... mais música...cadê? na cama...na gaveta...achei! aqui, na janela...

Mil conversas: historia dos incas...grileiros são muito pilantras...Cabelos...é Emo, não , é mais chanel...Conversa de meninas: meu cabelo é terrível, não, o meu é mais... questões linguísticas:“você é neurótica...”, sotaque... ela odeia... “me incomoda” , teoria da perseguição conspiratória...eu acho seu sotaque muito legal...Fala Thiago!....Vou para o mato um ano...louco...eu não iria...filme?...Into the wild....(Em off: minha vida é o show de Truman, mas tudo bem...). Cinema: Bruce Lee...mafiosos...Chegada: piadas...Huckleberry Finn!!!, que simpático...bandas...que mudernos...Despedida: já vão? (Em off: vou ficar sozinha com eles...tenha medo...ahhh...que nada...risos mentais)...Comentários avulsos de mil teorias sem fundamento, de como é divertido conversar das coisas mais sem sentido ou o contrario como fazer coisas serias parecerem tão simples...os risos diluem tudo....Vamos fechar...

Para a posteridade: registro em vídeo... em espanhol...não entendi a piada, desculpa...(Em off...não achei graça...desculpa, não sou inteligente)...sérios....Não, não vai para o youtube!!! Relaxa....
Fim de noite: eu vou embora...não!!! Pra onde?....Não tem nada aberto...Savassi...quero café...Tudão: não tem mesa....Não aceita cartão!!!!....desabafos?, não... apenas comentários neuróticos de alguém um pouco inconformado consigo....porque estão todos me olhando...estou gritando...uma água por favor...Garçonete: mas você é muito linda, e esses buraquinhos...(sim, eu tenho dois buracos no rosto quando sorrio...eu sei.)...Você me da carona?...serio?... posso ir de ônibus....Tchau!!!!! Thiago o verde é sua cor....

Ainda antes: Dá pra sentir o osso do seu ombro, que esquisito...( hoje: não acredito que disse isso, que sem graça...)...è aqui...cadê minha chave?...Obrigado pela carona....

Depois:
Sexta-feira à noite:
-Alô?
-Oi, é o Frederico do anel...
Então ok, terça à noite...

Sábado à tarde: cadê meus óculos...oh shit man!!! Caíram no carro dele, ou será que perdi no shopping?...Liga e pergunta...não, estou sem graça,além disso ele viajou....Liga! e se ele não viu e quebram?...Não!!!...Eu ligo...Não!!!!!!...vou esperar....

Terça-feira, 20h40: Ele deixou meu anel e meus óculos?....Espera um pouco...não chega...será que ele esqueceu?...Liga para ele ( Em off: que mania que todo mundo quer que eu ligue...odeio telefone)...Acho que esqueceu, se ele passar guarda pra mim...

21h20: Me empresta seu celular...Não atende...ainda não atende...Só mais uma vez....
-alô?....Sim, estou chateada...matricula na faculdade? Ah, desculpa...não, eu passo ai agora...

22h: Estou na porta...Desculpa...meu anel!...óculos, um final de semana cega ( liga para o exagero...)...Obrigado e desculpa mesmo...

Quarta-Feira: Ataques de consciência...fui chata...foi mesmo...nem era culpa dele...não era mesmo...vou mandar mensagem...boa idéia...mas agora não...você não vai mandar...vou...depois. Mandei a mensagem...fiz bem... mas ainda odeio ter que pedir desculpas (isso não é algo legal...mas tecnicamente não pode ser chamado de orgulho)

Recursos digitais que aliviam nosso peso de consciência, em raros momentos, como esse, o celular até pode ser considerado algo bom, apesar de odiar tecnologias....Serviu, ajudou a não estragar a lembrança de um bom dia, quase cinematográfico...filme da Meg Ryan?...definitivamente não...é nosso filme, da alegria de ter e fazer amigos...mesmo que eles digam “ainda acho seu sotaque muito legal”...apesar disso...

domingo, fevereiro 08, 2009

Le petit cactus


Meu cacto morreu. Eu amava aquela planta espinhosa. A comprei uma tarde de sexta-feira, aqui mesmo, perto de casa, a escolhi dentre varias outras plantas talvez mais atrativas. Eu amava aquela planta espinhosa por ser espinhosa.
Morava em minha janela, em seu pequeno vaso de plástico, aninhado em uma terra escura e fria coberta de simpáticas pedrinhas brancas minúsculas...tão diferente de seus primos selvagens dos desertos, tão pequeno...
Eu queria que vivesse, queria protegé-lo, queria que vivesse para sempre...Conversava com ele, o regava uma vez ao mês e mais de uma vez até arrisquei tocá-lo...admirava sua beleza, em que o mais lindo dos tons de verde parecia coberto por uma nevoa de minúsculos espinhos aparentemente macios e indefesos, mas dolorosos ao tato...
Eu amava aquela planta. Não sei como aconteceu, talvez cansou de mim, tentava lembrar se alguma vez deixei de falar de falar com ela, de lhe contar como era o mundo além de minha janela, talvez se sentiu só, talvez a reguei de mais, talvez queria ir para o céu das plantas espinhosas...ou quem sabe não gostava de me ouvir. Eu amava aquela planta e queria que ficasse comigo para sempre...mas não consegui cativa-la e murchou, o verde ficou marrom, e os espinhos caíram...ficou indefesa, e quando a vi seca e morta tive medo de toca-la...Morreu e não conseguí ir com ele para o planeta em que seriamos apenas nós dois, meu cacto e eu...porque eu amava aquela planta

Nota 10858

Personagens são personagens, não menos reais por ser personagens, mas diferentes dos que não o são, personagens são reais, por vezes mais do que quem é de carne e osso...

A autora destes singelos escritos pede que todos os generosos que a lêem não julguem saber tudo o que ela pensa, porque nem mesmo ela o sabe, pede apenas que deixem que os personagens sejam personagens e que a ficção, que se alimenta do real, seja apenas ficção e não a surpreendam enquanto se alimenta da vida...

Não contem ao rei que ele está nu, porque se em sua imaginação ele pensa estar ricamente vestido, entao ele o está e seus trajens são os mais belos que existem ou estirão e os nus são os que não conseguem ver a beleza dos fios de ouro que os sonhos fabricam...

sábado, fevereiro 07, 2009

Física(o) e Química(o)


A Teoria da Relatividade, proposta por Albert Einstein em 1915, é talvez o conceito físico mais popular de todos os tempos, amplamente utilizado nos mais variados sentidos, práticos ou não, mas raramente corretos... aqui está mais um, porque se apropriar de certos conceitos é mais que normal...e não é possível ser sempre poético e bonitinho...está noite quero quebrar vasos de cristal, destruir quartos de hotéis de luxo, rasgar e rasgar-me, virar-me pelo avesso, me descabelar, gritar e romper o tempo, viajar à velocidade da luz, para que minha massa se transforme em energia e eu possa deixar de ser matéria...


Esse era um daqueles dias em que tudo parece perfeito, nenhum sobre salto maior, nenhum pensamento suicida e o mais importante de tudo, era o dia que marcava um recorde histórico, o dia em que, depois de mais de um ano atormentada por um fantasma fantasiado de quase amor, ela passou mais de três horas sem que seus pensamentos rondassem a área proibida da lembrança dele. Saiu do trabalho andando feliz e até se despediu do porteiro do prédio antes de ir.
Essa noite quando se encontrou com os amigos, conversou, bebeu, se divertiu e até riu sinceramente, sem lembrar que o dia ainda não havia acabado, esquecendo a regra básica que diz claramente que só se deve cantar vitória, mais 24 horas, depois de passadas as 24 horas...
Foi quando ele chegou, não era precisamente ruim vê-lo, na verdade o fato de não ser ruim vê-lo tornava isso algo não exatamente bom...Tudo voltou, os pensamentos viajaram para ele, a cabeça não parou um minuto de criar estratégias que ela não seguiria, os olhos deixaram de respeitar os comandos do cérebro e se fixavam apenas nele, os bichos voadores despertaram em seu estomago e a vontade incontrolável e ridícula de rir se apoderou dela...algo como um ataque de pânico por uma felicidade inexplicável e ridícula a faziam querer rir e chorar...e em um lapso de sanidade em meio ao misto de sentimentos que a atropelavam pensou “eu perdi...”
Enquanto isso alheio aos estragos de terremoto que nela causava ele ria, cumprimentava a todos, enquanto ela maldizia essa gentileza indiferente que a encantava e irritava. Foi sentar-se em outra mesa, com outras pessoas, longe dela...do outro lado do mundo...sempre irritantemente perfeito. Daí tudo mudou, o dia perfeito se perdeu, e por mais que ela tentasse afastar esse pensamento despótico da cabeça, parecia que no mundo só existia ele, tão longe e tão perto...se lembrou então das aulas de física da escola, quando descobriu a existência da Teoria da Relatividade, a teoria disparatada proposta por um certo físico, que pelas fotografias parecia tão louco e insano quanto o que propunha, segundo a qual tempo e espaço podem ser curvos e não lineares e que nesse momento ela sentina na pele.
Os bichos voadores em seu estomago pareciam mais inquietos que nunca e sua cabeça parecia uma montanha russa em constante loop...mil coisas... “estou ficando louca...como é possível estar tão longe e tão perto...e se me levantasse agora, ficasse frente a ele e soltasse tudo, falaria sem parar, arrancaria o peso que me prende á terra e impede meus movimentos, atiraria tudo ao vento... depois sairia correndo e ele nunca mais me veria, nem ele nem ninguém”...Os poucos metros que os separavam pareciam anos luz, até a estrela mais distante era mais próxima que ele... “é vergonhoso de mais pensar assim, eu não sou movida a emoções assim, sou feita só de medo e razão instrumental”...

-Já vamos encerrar, querem pedir mais alguma coisa?- assim o garçom anunciou o fim da noite e da ilusão de um dia perfeito...mais 24 horas

Antes...

Do entendimento tardio de se assistir a uma passagem de som...


Crack!...e se quebra o silêncio, a voz dos barulhos instrumentais cala todos os outros sons do silêncio. Antes de ser melodiosos os sons começam desencontrados, como tateando no escuro dos ritmos tentando se encontrar e dar as mãos, para só assim iniciar seu dialogo-dança em brincadeiras harmoniosas que encantam e enfeitiçam. Na sutileza dos tons, na alegria de fazer barulhos musicais, modificam a música mil vezes re-arranjada, ajeitam, afinam, se enfeitam ... e a música finalmente saí, perfeita...

De cinema....



A ficção se apropria do real, em sua relação mutualista com a vida se alimenta de suas experiências...mas a ficção, como animal que é, transforma esse alimento sugado do real em algo novo, para alimentar a vida e assim tornar a sugar dela seu alimento em um circulo infinito....Ficção e realidade não são uma só, mas algumas vezes tudo é exatamente o que parece ser...outras vezes não


-Se minha vida fosse um filme teria está cena- ela disse, e esperou, esperou que ele dissesse alguma coisa, mas ele não não disse nada.
E nesse silêncio, ela sentiu, se terminaram as esperanças, os sonhos, os barcos para ilhas desconhecidas naufragaram sem mesmo partir e os foguetes para a lua explodiram antes de deixar a atmosfera,porque ele não disse nada...não perguntou qual seria o nome do filme, não perguntou sobre o que trataria, se seria melodrama, comedia romantica ou filme noir, não perguntou sequer se seria colorido ou preto e branco... ele não disse nada. Apenas riu, e mesmo seu riso não disse nada.

domingo, fevereiro 01, 2009

"sob a fúria do vento"


E assim somos eu e você , nós duas, ao lado do lixo...
Sonhos, risadas, contextos e mil pretextos...para que nosso filme seja em tecnicolor...


Redemoinhos

o dia estava calmo
o mar estava calmo
o vento era brisa
e a cabeça em fúria

calmaria é redemunho
num mar em labirinto
a brisa enfurecida
é asa pra voar

a cabeça, ao vento...

domingo, dezembro 14, 2008

Bauman

Se o amor é líquido
eu sou peixe...

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Por quê?

Não escrevo como oficio,
não escrevo por amor,
não escrevo por ódio,
não escrevo para exorcizar meus demônios,
não escrevo para esquecer do mundo,
não escrevo para que não me esqueçam,
não escrevo para que as pessoas gostem mais de mim...
escrevo para poder sobreviver,
escrevo para poder respirar,
escrevo para esquecer de mim,
escrevo para poder sonhar,
escrevo para existir...

Tensão superficial

gotas de chuva,
pequenos cristais húmidos,
água presa em si,
ilha liquida no ar

terça-feira, dezembro 09, 2008

Sabina...

Eso lo dice Sabina...a mi me parece que está muy bien... y pues nada, ai está

Lo Peor del amor

Lo peor del amor cuando termina
son las habitaciones ventiladas,
el puré de reproches con sardinas,
las golondrinas muertas en la almohada.

Lo malo del después son los despojos
que embalsaman al humo de los sueños,
los teléfonos que hablan con los ojos,
el sístole sin diástole sin dueño.

Lo más ingrato es encalar la casa,
remendar las virtudes veniales,
condenar a la hoquera los archivos.

Lo peor del amor es cuando pasa,
cuando al punto final de los finales
no le quedan dos puntos suspensivos…

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Sentidos

"Não havia ninguém para me ouvir. Eu podia rolar no chão, ficar nu, arrancar os cabelos, gemer, chorar, soluçar, perder a fala. Não havia ninguém para me ver. Ninguém para me ouvir. Não havia ninguém. Eu podia até morrer."
Do conto "Ninguém" de Luiz Vilela


A escuridão do quarto é quase total, cortada apenas pela luz da rua, que a janela aberta deixa entrar. No centro da cama, logo abaixo da janela, esta ela. Deitada de lado, as pernas encolhidas,os braços cruzados junto ao peito, a cabeça apoiada nos joelhos e as unhas cravadas nas palmas das mãos fechadas. Está nua e a luz amarela da rua a ilumina como um grande holofote. A cortina, que o vento às vezes levanta projeta sombras em seu corpo, fazendo-a parecer um bebe grande de mais, mergulhado em um mar de sombras.
Não sabe ha quanto tempo está em essa posição, ha muito perdeu a noção do tempo, se lembra apenas de ter visto como aos poucos seu quarto ia se pintando de negro, invadido pela escuridão, mas não quis se mexer.
O vento frio que entrava pela janela parecia um manto de finas agulhas perfurando sua pele,mas não quis se mexer.Braços e pernas pareciam gritar de dor na posição desconfortável, nas ela não quis se mexer. As palmas das mãos em carne viva pressionadas pelas unhas, mas ela não quer se mexer. Está imóvel. Seus olhos fechados encaram o avesso das pálpebras,a escuridão...constata o que já sabia, dentro de si só escuridão. O silencio do quarto a deixa atenta a sua própria existência, que tanto quer esquecer. A atormenta o bater de seu coração, tão vivo, o barulho do sangue correndo em suas veias...mas ela não ousa se mexer.
Em seu exercício de se esquecer de si, se percebe viva, o frio, a dor , o cheiro de chuva, o barulho de água batendo no vidro da janela, detalhes de quem vive a distraem de seu intento de se esquecer, se divorciar de si, não estar mais em sua companhia, fazer com que seu mundo acabasse, deixar de ser, apenas desaparecer na escuridão do quarto engolido pela noite, se fundir às sombras e não ser mais ela...mas não consegue...só adormece, talvez em sonhos...