Personagens são personagens, não menos reais por ser personagens, mas diferentes dos que não o são, personagens são reais, por vezes mais do que quem é de carne e osso...
A autora destes singelos escritos pede que todos os generosos que a lêem não julguem saber tudo o que ela pensa, porque nem mesmo ela o sabe, pede apenas que deixem que os personagens sejam personagens e que a ficção, que se alimenta do real, seja apenas ficção e não a surpreendam enquanto se alimenta da vida...
Não contem ao rei que ele está nu, porque se em sua imaginação ele pensa estar ricamente vestido, entao ele o está e seus trajens são os mais belos que existem ou estirão e os nus são os que não conseguem ver a beleza dos fios de ouro que os sonhos fabricam...
domingo, fevereiro 08, 2009
sábado, fevereiro 07, 2009
Física(o) e Química(o)

A Teoria da Relatividade, proposta por Albert Einstein em 1915, é talvez o conceito físico mais popular de todos os tempos, amplamente utilizado nos mais variados sentidos, práticos ou não, mas raramente corretos... aqui está mais um, porque se apropriar de certos conceitos é mais que normal...e não é possível ser sempre poético e bonitinho...está noite quero quebrar vasos de cristal, destruir quartos de hotéis de luxo, rasgar e rasgar-me, virar-me pelo avesso, me descabelar, gritar e romper o tempo, viajar à velocidade da luz, para que minha massa se transforme em energia e eu possa deixar de ser matéria...
Esse era um daqueles dias em que tudo parece perfeito, nenhum sobre salto maior, nenhum pensamento suicida e o mais importante de tudo, era o dia que marcava um recorde histórico, o dia em que, depois de mais de um ano atormentada por um fantasma fantasiado de quase amor, ela passou mais de três horas sem que seus pensamentos rondassem a área proibida da lembrança dele. Saiu do trabalho andando feliz e até se despediu do porteiro do prédio antes de ir.
Essa noite quando se encontrou com os amigos, conversou, bebeu, se divertiu e até riu sinceramente, sem lembrar que o dia ainda não havia acabado, esquecendo a regra básica que diz claramente que só se deve cantar vitória, mais 24 horas, depois de passadas as 24 horas...
Foi quando ele chegou, não era precisamente ruim vê-lo, na verdade o fato de não ser ruim vê-lo tornava isso algo não exatamente bom...Tudo voltou, os pensamentos viajaram para ele, a cabeça não parou um minuto de criar estratégias que ela não seguiria, os olhos deixaram de respeitar os comandos do cérebro e se fixavam apenas nele, os bichos voadores despertaram em seu estomago e a vontade incontrolável e ridícula de rir se apoderou dela...algo como um ataque de pânico por uma felicidade inexplicável e ridícula a faziam querer rir e chorar...e em um lapso de sanidade em meio ao misto de sentimentos que a atropelavam pensou “eu perdi...”
Enquanto isso alheio aos estragos de terremoto que nela causava ele ria, cumprimentava a todos, enquanto ela maldizia essa gentileza indiferente que a encantava e irritava. Foi sentar-se em outra mesa, com outras pessoas, longe dela...do outro lado do mundo...sempre irritantemente perfeito. Daí tudo mudou, o dia perfeito se perdeu, e por mais que ela tentasse afastar esse pensamento despótico da cabeça, parecia que no mundo só existia ele, tão longe e tão perto...se lembrou então das aulas de física da escola, quando descobriu a existência da Teoria da Relatividade, a teoria disparatada proposta por um certo físico, que pelas fotografias parecia tão louco e insano quanto o que propunha, segundo a qual tempo e espaço podem ser curvos e não lineares e que nesse momento ela sentina na pele.
Os bichos voadores em seu estomago pareciam mais inquietos que nunca e sua cabeça parecia uma montanha russa em constante loop...mil coisas... “estou ficando louca...como é possível estar tão longe e tão perto...e se me levantasse agora, ficasse frente a ele e soltasse tudo, falaria sem parar, arrancaria o peso que me prende á terra e impede meus movimentos, atiraria tudo ao vento... depois sairia correndo e ele nunca mais me veria, nem ele nem ninguém”...Os poucos metros que os separavam pareciam anos luz, até a estrela mais distante era mais próxima que ele... “é vergonhoso de mais pensar assim, eu não sou movida a emoções assim, sou feita só de medo e razão instrumental”...
-Já vamos encerrar, querem pedir mais alguma coisa?- assim o garçom anunciou o fim da noite e da ilusão de um dia perfeito...mais 24 horas
Antes...
Do entendimento tardio de se assistir a uma passagem de som...
Crack!...e se quebra o silêncio, a voz dos barulhos instrumentais cala todos os outros sons do silêncio. Antes de ser melodiosos os sons começam desencontrados, como tateando no escuro dos ritmos tentando se encontrar e dar as mãos, para só assim iniciar seu dialogo-dança em brincadeiras harmoniosas que encantam e enfeitiçam. Na sutileza dos tons, na alegria de fazer barulhos musicais, modificam a música mil vezes re-arranjada, ajeitam, afinam, se enfeitam ... e a música finalmente saí, perfeita...
De cinema....

A ficção se apropria do real, em sua relação mutualista com a vida se alimenta de suas experiências...mas a ficção, como animal que é, transforma esse alimento sugado do real em algo novo, para alimentar a vida e assim tornar a sugar dela seu alimento em um circulo infinito....Ficção e realidade não são uma só, mas algumas vezes tudo é exatamente o que parece ser...outras vezes não
-Se minha vida fosse um filme teria está cena- ela disse, e esperou, esperou que ele dissesse alguma coisa, mas ele não não disse nada.
E nesse silêncio, ela sentiu, se terminaram as esperanças, os sonhos, os barcos para ilhas desconhecidas naufragaram sem mesmo partir e os foguetes para a lua explodiram antes de deixar a atmosfera,porque ele não disse nada...não perguntou qual seria o nome do filme, não perguntou sobre o que trataria, se seria melodrama, comedia romantica ou filme noir, não perguntou sequer se seria colorido ou preto e branco... ele não disse nada. Apenas riu, e mesmo seu riso não disse nada.
domingo, fevereiro 01, 2009
"sob a fúria do vento"

E assim somos eu e você , nós duas, ao lado do lixo...
Sonhos, risadas, contextos e mil pretextos...para que nosso filme seja em tecnicolor...
Redemoinhos
o dia estava calmo
o mar estava calmo
o vento era brisa
e a cabeça em fúria
calmaria é redemunho
num mar em labirinto
a brisa enfurecida
é asa pra voar
a cabeça, ao vento...
domingo, dezembro 14, 2008
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Por quê?
Não escrevo como oficio,
não escrevo por amor,
não escrevo por ódio,
não escrevo para exorcizar meus demônios,
não escrevo para esquecer do mundo,
não escrevo para que não me esqueçam,
não escrevo para que as pessoas gostem mais de mim...
escrevo para poder sobreviver,
escrevo para poder respirar,
escrevo para esquecer de mim,
escrevo para poder sonhar,
escrevo para existir...
não escrevo por amor,
não escrevo por ódio,
não escrevo para exorcizar meus demônios,
não escrevo para esquecer do mundo,
não escrevo para que não me esqueçam,
não escrevo para que as pessoas gostem mais de mim...
escrevo para poder sobreviver,
escrevo para poder respirar,
escrevo para esquecer de mim,
escrevo para poder sonhar,
escrevo para existir...
terça-feira, dezembro 09, 2008
Sabina...
Eso lo dice Sabina...a mi me parece que está muy bien... y pues nada, ai está
Lo Peor del amor
Lo peor del amor cuando termina
son las habitaciones ventiladas,
el puré de reproches con sardinas,
las golondrinas muertas en la almohada.
Lo malo del después son los despojos
que embalsaman al humo de los sueños,
los teléfonos que hablan con los ojos,
el sístole sin diástole sin dueño.
Lo más ingrato es encalar la casa,
remendar las virtudes veniales,
condenar a la hoquera los archivos.
Lo peor del amor es cuando pasa,
cuando al punto final de los finales
no le quedan dos puntos suspensivos…
Lo Peor del amor
Lo peor del amor cuando termina
son las habitaciones ventiladas,
el puré de reproches con sardinas,
las golondrinas muertas en la almohada.
Lo malo del después son los despojos
que embalsaman al humo de los sueños,
los teléfonos que hablan con los ojos,
el sístole sin diástole sin dueño.
Lo más ingrato es encalar la casa,
remendar las virtudes veniales,
condenar a la hoquera los archivos.
Lo peor del amor es cuando pasa,
cuando al punto final de los finales
no le quedan dos puntos suspensivos…
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Sentidos
"Não havia ninguém para me ouvir. Eu podia rolar no chão, ficar nu, arrancar os cabelos, gemer, chorar, soluçar, perder a fala. Não havia ninguém para me ver. Ninguém para me ouvir. Não havia ninguém. Eu podia até morrer."
Do conto "Ninguém" de Luiz Vilela
A escuridão do quarto é quase total, cortada apenas pela luz da rua, que a janela aberta deixa entrar. No centro da cama, logo abaixo da janela, esta ela. Deitada de lado, as pernas encolhidas,os braços cruzados junto ao peito, a cabeça apoiada nos joelhos e as unhas cravadas nas palmas das mãos fechadas. Está nua e a luz amarela da rua a ilumina como um grande holofote. A cortina, que o vento às vezes levanta projeta sombras em seu corpo, fazendo-a parecer um bebe grande de mais, mergulhado em um mar de sombras.
Não sabe ha quanto tempo está em essa posição, ha muito perdeu a noção do tempo, se lembra apenas de ter visto como aos poucos seu quarto ia se pintando de negro, invadido pela escuridão, mas não quis se mexer.
O vento frio que entrava pela janela parecia um manto de finas agulhas perfurando sua pele,mas não quis se mexer.Braços e pernas pareciam gritar de dor na posição desconfortável, nas ela não quis se mexer. As palmas das mãos em carne viva pressionadas pelas unhas, mas ela não quer se mexer. Está imóvel. Seus olhos fechados encaram o avesso das pálpebras,a escuridão...constata o que já sabia, dentro de si só escuridão. O silencio do quarto a deixa atenta a sua própria existência, que tanto quer esquecer. A atormenta o bater de seu coração, tão vivo, o barulho do sangue correndo em suas veias...mas ela não ousa se mexer.
Em seu exercício de se esquecer de si, se percebe viva, o frio, a dor , o cheiro de chuva, o barulho de água batendo no vidro da janela, detalhes de quem vive a distraem de seu intento de se esquecer, se divorciar de si, não estar mais em sua companhia, fazer com que seu mundo acabasse, deixar de ser, apenas desaparecer na escuridão do quarto engolido pela noite, se fundir às sombras e não ser mais ela...mas não consegue...só adormece, talvez em sonhos...
domingo, novembro 30, 2008
Away...
Me isolo, fechada em mim,
Me escondo na imaginação.
Me mudo para o sonho.
Me perco no labirinto
para que minhas letras,
filhas do meu vazio,
sejam livres
e voem pelo mundo
Me escondo na imaginação.
Me mudo para o sonho.
Me perco no labirinto
para que minhas letras,
filhas do meu vazio,
sejam livres
e voem pelo mundo
quarta-feira, novembro 19, 2008
Vida selvagem
Existiu um tempo, na selva de palavras, em que a prosa reinava.
Um dia chegou a poesia, decidida a devora-la.
A prosa, bicho esperto, fugiu, decidida a voltar...
Um dia chegou a poesia, decidida a devora-la.
A prosa, bicho esperto, fugiu, decidida a voltar...
sexta-feira, novembro 14, 2008
De repente
E eis que de repente apareces, por acaso, e sem aviso entras em minha mente, me visitas em sonhos, plantas florestas em minha imaginação e me acompanhas em meu labirinto...
E eis que de repente te vejo e tu não me vês, construo barcos para contigo fugir, descubro ilhas para te oferecer e compro sonhos para te dar...mas teus olhos de gelo não me vem, teus ouvidos não ouvem meu canto e tuas mãos não querem me alcançar...
Eis que de repente sinto que meu coração se seca e meus olhos transbordam, a lua me ignora, meus barcos naufragam e minhas ilhas são tragadas pelo mar, restam apenas os sonhos... onde tu, com teus olhos de gelo não estas...
E eis que de repente desperto,recolho então os sonhos, o barco, as ilhas,teus olhos de gelo...toda lembrança de ti, e guardo no baú de minhas memorias mais preciosas, sem sombra de magoa ou pesar...
Eis que aceito a idéia de que não eras mais que um estado momentâneo, que não eras mais do que um artificio da vida para tentar me convencer de que os dias passavam e não eram o mesmo milhares de vezes repetido...
E eis que sei,mais tarde, chegará o dia em que não serás mais meu fantasma e teus olhos de gelo se apagarão dos meus, e então, quando esse dia chegar, poderei abrir o baú, retirar o que te ti guardei e vestir contigo algum personagem nu.
E eis que de repente te vejo e tu não me vês, construo barcos para contigo fugir, descubro ilhas para te oferecer e compro sonhos para te dar...mas teus olhos de gelo não me vem, teus ouvidos não ouvem meu canto e tuas mãos não querem me alcançar...
Eis que de repente sinto que meu coração se seca e meus olhos transbordam, a lua me ignora, meus barcos naufragam e minhas ilhas são tragadas pelo mar, restam apenas os sonhos... onde tu, com teus olhos de gelo não estas...
E eis que de repente desperto,recolho então os sonhos, o barco, as ilhas,teus olhos de gelo...toda lembrança de ti, e guardo no baú de minhas memorias mais preciosas, sem sombra de magoa ou pesar...
Eis que aceito a idéia de que não eras mais que um estado momentâneo, que não eras mais do que um artificio da vida para tentar me convencer de que os dias passavam e não eram o mesmo milhares de vezes repetido...
E eis que sei,mais tarde, chegará o dia em que não serás mais meu fantasma e teus olhos de gelo se apagarão dos meus, e então, quando esse dia chegar, poderei abrir o baú, retirar o que te ti guardei e vestir contigo algum personagem nu.
domingo, novembro 02, 2008
menina do labirinto

Ergui paredes,
Construi obstáculos,
espalhei armadilhas,
me cerquei no labirinto que construi para mim,
Me perdi em suas entranhas,
fugindo da luz,
tentando esquecer a saída,
assim me perdi,
nas sombras do meu labirinto,
onde sou rainha e monstro...
só não lembrei de uma coisa,
preparar a engenhoca que te impediria de entrar
(Tela de María Cristina Noriega- Laberintos 2)
domingo, outubro 19, 2008
Poeninha minimo
Hoje descobri que gosto de você.
Só hoje,
mas só de você.
Hoje descobri que gosto de você.
Que gosto de você porque você não gosta de mim,
porque não somos feitos um para o outro,
porque te busco e nunca te encontro,
porque você foge de mim,
como os sonhos interrompidos pelo despertador,
porque busco em você coisas que você não tem,
porque não gosto de mim quando estou com você,
porque gosto de você quando está comigo,
porque pensar em você me faz sentir ridicula,
porque não existe explicação para gostar de você.
Hoje descobri que gosto de você,
só hoje,
mas só de você.
quarta-feira, outubro 01, 2008
Gotas literarias
Não gosto de me ver no espelho... ele sempre me desepciona, mas gosto de
reflexos
Aos que não entendem meu paradoxo... azar...
Aos que entendem amem...
Para saber quem sou não preciso me projetar em superficies polidas...
Por isso mesmo ainda não pintei um auto retrato.... nem penso fazé-lo
Gotas de literatura em espanhol...sobre espelhos e auto retratos,
dores de garganta, desabafos, amor e ódio... sentimentos complementares...
No tengo espejos en mi casa. Mi marido no los necesita y yo los odio. Sí hay espejos, claro, en los servicios del despacho; y normalmente me lavo las manos con la cabeza gacha. He aprendido a mirarme sin verme en los cristales de las ventanas, en los escaparates de las tiendas, en los retrovisores de los coches, en los ojos de los demás. Vivimos en una sociedad llena de reflejos: a poco que te descuidas, en cualquier esquina te asalta tu propia imagen. En estas circunstancias, yo hice lo posible por olvidarme de mí. No me las apañaba del todo mal. Tenía un buen trabajo, buenos amigos, libros que leer, películas que ver. En cuanto a mi marido, nos odiábamos tranquilamente. La vida transcurría así, fría, lenta y tenaz como un río de mercurio. Sólo a veces, en algún atardecer particularmente hermoso, se me llenaba la garganta de una congoja insoportable, del dolor de todas las palabras nunca dichas, de toda la belleza nunca compartida, de todo el deseo de amor nunca puesto en práctica. Entonces mi mente se decía: jamás, jamás, jamás. Y en cada jamás me quería morir. Pero luego esas turbaciones agudas se pasaban, de la misma manera que se pasa un ataque de tos, uno de esos ataques furiosos que te ponen al borde de la asfixia, para desaparecer instantes después sin dejar más recuerdo que una carraspera y una furtiva lágrima. Además, sé bien que incluso a los guapos les entran ganas de morirse algunas veces.
Rosa Montero,
Do conto "Amor ciego" lei mais em http://mexique83.ifrance.com/mexique83/pages/montero.htm
sexta-feira, setembro 12, 2008
Laberintos...nª 1
Dos labirintos mais perigosos o pior é sem duvida o dos sonhos... ela estava cansada de saber isso, mesmo assim gostava de sonhar. A ideia de viver em um filme, dirigido, protagonizado e roteirisado por ela mesma lhe soava bastante tentadora. Acreditava e gostava dos sonhos, era como viver em um mundo paralelo onde coisas fantásticas aconteciam, podia voar, lutar com dragões e voltar no tempo... Os sonhos a faziam acreditar que qualquer coisa era perfeitamente aceitável e possível, sempre acreditara neles, já que seguia a lógica de que só porque algo acontece dentro de nossa cabeça não significa que não exista.
Mas os sonhos são labirintos e todo mundo sabe que em todo labirinto que se prese há um monstro. E um dia ela se encontrou com esse monstro... O mais assustador dessa criatura era , por mais paradoxal que isso pareça, que não era monstruosa como o Minotauro, ao contrario, era uma criatura encantadora... com forma de homem...
Esse dia acordou perturbada.... se sentia mal, havia algo errado, sonhar não era isso. Sentiu vergonha de se mesma, não queria nunca mais se encontrar com essa criatura... não queria se deixar enfeitiçar. Mais tarde quando foi se deitar fechou os olhos e tentou guiar seus pensamentos o mais longe possível do esconderijo do monstro.... e assim adormeceu , correndo em sentido contrario.... mas havia algo errado, uma parte de si parecia querer tomar o sentido contrario, queria encontrar a criatura, e era mais forte que tudo... e ela se deixou levar...
Se encantou por essa criatura em forma de homem, de poucos sorrisos-sonho, de curtas palavras-sonho, conversas de sonho, e abraços esses sim ela quase podia sentir...Mais uma vez acordou perturbada... o choro foi inevitável... não podia perder seus sonhos, a última coisa que ainda lhe pertencia.... Tentava em vão se convencer de que os sonhos eram insignificantes e que a criatura não podia fazer nada com ela enquanto estivesse acordada....
Na noite seguinte sua estratégia foi não dormir... mas já era tarde, o monstro homem-sonho a vencera, saíra dos sonhos e a seguia fora deles... durante o dia , dia-a dia de segunda a segunda... e ela não conseguia mais fugir e não tinha mais forças para resistir... a atormentava nas poucas palavras -realidade e nas poucas palavras -sonho, nos tímidos sorrisos-realidade e nos tímidos sorrisos-sonho, e estavam também os abraços.... que nunca existiam na realidade.... mas que atormentavam seus sonhos...
Noites em claro... tentando não pensar, tentando não sonhar, tentando apenas existir e esquecendo de viver.... Foi então quando se lembrou das palavras... essas sim nunca a iriam abandonar, e se pôs a escrever " dos labirintos mais perigosos...."
sexta-feira, junho 20, 2008
Roberta e a maçã
Houve um tempo, ninguém sabe ao certo quando, em que as nuvens eram feitas de algodão doce, as casas de madeira e as pessoas de sonhos. Nesse tempo infinito e incerto nasceu uma menina que vivia da vontade de construir uma poderosa maquina de sonhos, seu nome era Roberta.
Roberta vivia em uma pequena casa de madeira, como todas as da cidade, com seus pais e irmãos, que eram dois.Desde muito pequena a menina se revelou uma verdadeira inventora, aos 5 anos construiu para seu irmão um brinquedo nunca antes visto, era um objeto perfeitamente esférico, que magicamente pulava sem qualquer artificio humano quando jogado ao chão, que menina chamou de bola.
Seu pai ao perceber a grande capacidade de sonhar da filha construi para ela um pequeno barraco no quintal da casa para que lá pudesse inventar seus fantásticos objetos com calma, ai Roberta podia passar dias e noites.
Mas a invenção de pequenos e mágicos objetos como a bola, o abre latas e um interessante aparelho (este feito para sua mãe) que parecia atrair a poeira para um pequeno tanque, facilitando enormemente os trabalhos de limpeza, eram para ela apenas passatempos, desde muito pequena seu sonho era fazer a maquina perfeita.
Uma maquina que lhe permitisse reproduzir todas as coisas do mundo, uma maquina onde ela pudesse fazer todu o que sua imaginação mandava, em que não existissem limites e o real não importasse mais. Para isso trabalhou toda sua vida, passou dias, meses e anos sem sair de seu pequeno barraco,criando formulas, formas e coberturas de aço e plástico, até que finalmente conseguiu... tinha criado a maquina perfeita, um amontoado fantástico de aço e fios em que sua imaginação era o limite.
Após anos de trabalho Roberta finalmente conseguira. Conversou com seu pai e juntos decidiram que uma maquina tão fantástica devia ser apresentada a toda a cidade e assim o fizeram. Em um belo dia de verão convocaram todas as pessoas da cidade e Roberta mostrou sua mais magnifica obra. Para inaugurar sua maior criação, fez uma maçã. Era uma fruta perfeita, vermelha e sem mancha alguma. As pessoas que acudiram á apresentação ficaram admiradas com a perfeição da fruta e desejaram te-la.
Desse dia em diante filas e filas de pessoas acudiram á casa da menina para que ela lhes desse uma fruta, como a máquina obedecia apenas as leis da imaginação, Roberta oferecia a seus clientes os mais variados tipos de frutas, maçãs verdes , azuis, cor de rosa e amarelas além das vermelhas tradicionais. Ao começo a menina gostou de oferecer maçãs para as pessoas da cidade, mas depois de um tempo foi ficando cansada, as pessoas não estavam contentes com suas frutas e chegavam com mais e mais pedidos, a menina passava noites inteiras sem dormir.
Todas as manhãs havia uma fila interminável de pessoas reivindicando que Roberta fizesse modificações em suas maças"o caule da minha vizinha ficou igual ao meu, troca-o faz uma mais bonito para mim", Roberta não aguentava mais isso, não queria que sua maquina de sonhos despertasse inveja e competição entre as pessoas, se sentia péssima com isso , como se fosse ela a causadora de todas essas discussões.
Assim que um dia, depois de muito pensar Roberta finalmente entendeu: sua máquina fantástica não poderia permanecer por muito tempo em uma cidade e ela não poderia ficar sem sua maquina. Decidiu partir daquele lugar, levando sua máquina e correr o mundo oferecendo suas maças.
Naquela mesma noite a menina partiu levando sua maquina, ninguém soube para onde foi, deixou apenas uma pequena caixa para seu pai , dentro havia uma carta de despedida e uma ultima maça, a mais bonita e perfeita de todas.
Sala de aula segundo Dalí
Textos em tabletes, textos tabloides... a moda pega, só para entrar no clima da
pós-modernidade...mas o surreal não era da modernidade?!
Silencio... crash, se quebra
Latinha amassada, projeteis de papel voando,
gritos de riso, risadas lacrimosas,
professor sentado, alunos(?) de pé , conversas , gritos, confusões,
lápis sem ponta... dia de prova?!
barulhos sem fim, porta fechada, janelas fechadas, barulhos presos....
cinema? Lévi-strauss? pop art, art pop, sala pop
Antropologia do surreal, cavalos marinhos? espelhos convexos? aula de que? aula? relogios derretidos... o tempo não passa...10:30...plop!..crash!, poom!, bang!...heeeeeeeee!...shuuuuuuuuu!
Bola, futebol, piadas de computador
Musica... tem música?!!!
Novo método... sala de aula pós-moderna...fim dos tempos? que nada, fim do semestre...
sexta-feira, maio 09, 2008
Bobagem boba!
Para minhas amigas...só mais um texto não linear, mas que vocês vão entender muito bem....ainda terá mais...tchoooooooooo
Alegria de meninas: risos sem razão, piadas sem sentido.. ah, mas quem disse que tudo tem que fazer sentido.
Risos no escuro, brincar com químicos, queimar papeis, surge a foto em um passe de mágica, milagre da química, e mais risos, e mais piadas sem graça... mas como fazem rir, alegria de meninas..
Uma visita, caminhada sob o sol, conversa despreocupada, exercício involuntário, as pernas doem, os pulmões reclamam,mas os risos nunca param. "Ahhh a não chega nunca", "terá cachorro", "devíamos ter pegado o ónibus".... Bolo de chocolate! conversa gostosa, a memoria da cidade fascina, alegria de uma tarde de meninas, com risos , limonada, conversas despreocupadas e a memoria, sempre a memoria.
Solavancos de ónibus, comentários sobre episódios do dia, "casamento?!", "cachorro molhado"... ahhh bobagem boba... ai ai ... mais uma tarde que se acaba, risadas sem fim... ai , mas que fogo...mas a hora da despedida chega, sempre entre risos... amanhã tem mais...
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